Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

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Fagner

Na aventura de um pensamento
Que faz pensar que toda pedra voa
Na solidão de um coração gemendo
Quem chora triste nunca ri, à toa

E saberá o peso do tormento

Encontrará toda novilha boa
E pelos campos quem virá
Alegre quer dizer
Na vida todo dia passará
Louco quem virá ardendo de amor...

Petrucio Maia /Brandão

No quintal por trás de casa
Tem um pé de sonho
Que não para de florar
Florar a noite inteira
Cada sonho seu
Me faz sorrir e até cantar

Rua do Ouro, uma rua
Senhora nada adorada
Não é uma rua
É uma estrada
Cheia de casa do lado
Deixa eu falar desta rua
Que ninguém pode entender
Deixa eu dizer que ela é cheia
De ouro mas ninguém vê

Maria, Mariazinha, que outro dia se foi
Saiu cantando na estrada
Voltou chorando depois
Hoje ela canta sozinha
Chamando pelo luar
Hoje ela chora baixinho
Que é pra ninguém escutar

Que olhar escondes o viço
Dos teus olhos já sem cor
Também só tenho dois braços
Posso colher uma flor
Posso plantar uma rua
Na estrada que vês agora
Posso seguir pela estrada
Quando for chegada a hora

Elizete

Fagner

Tu és a maravilha singular
Do lugar
O céu, a terra, o mar
És o lugar
Quem te ensinou a ser
O céu e o mar
A me guiar, e descansar
E trabalhando sei o meu lugar
O chão, o ar
O lugar

Fagner

Quem ouviu o passarinho cantar

Ao meio-dia no silêncio de um lugar
Sozinho e sozinho esperou
Que a noite troxesse a esperança de um sonho
E a companhia do luar

Sabe o tamanho da estrada que a frente
Desaparece no mato sem fim
Sem jamais enender o que alguém perdeu
E perdeu e ficou assim

Assim eu sei, felicidade
Não posso te encontrar
Eu te quero eu te espero
Mas sou eu que não posso voltar

Não não não passo
A estrada velha de Santana
Não não não quero
O cemitério do Alecrim

Cada braço do riacho engana
Traz na água uma cantiga assim
Quem ouviu o passarinho cantar

Fagner/Capinam

De azul carinho
Vi a noite pintada
Fosse alegre, fosse ave soltando
Fosse triste, como ser virgem
Fosse linda, como a conquista
Das estrelas, das estrelas

De azul carinho
Veio o desenho pintado
Jeito de amar desesperado
Mais chorando que vivido
Como se vivê-la fosse não vê-la

Cigano

Fagner

Eu não vivo guardado em segredo

Nem no medo, um receio sequer
A não ser quando a morte vier
E me pegar sorrindo querendo ficar
Eu não sei viver de outro jeito
A não ser desse jeito
Destino cigano
Comigo não dá
Pra ficar amargando
Esperando o tempo passar
Até sonhando
E sem saber onde posso chegar
E ficar ...

Fagner

Beleza só se tem, 

quando se acende a lamparina
Iluminando a alma, 

se entende a própria sina
E quando se vê o arame 

que amarra toda a gente
Pendendo das estacas, 

sob um sol indiferente

Beleza só depois, 

de uma sangria desatada
Aberta na ferida 

dos perigos do amor
E quando se afasta 

a sombra triste do remorso
Que faz olhar pra dentro 

para enfrentar a dor

Repara este silêncio 

que se estende na janela
Repassa o teu passado 

e come o lixo que ele encerra
Vagar sem remissão 

é também parte da questão
Juntar estas migalhas 

para refazer o pão

Não é da natureza 

que ele surge confeitado
Mas é desta tristeza, 

deste adubo de rancor
Beleza é o temporal 

que suja e corta uma visão
Esmaga qualquer sonho 

como um grito de pavor


Petrucio Maia /Belchior


Estou aqui, parado olhando o incêndio
Do alto do prédio, os rolos de fumaça
Vejo da janela dos meus olhos
Na cidade magoada 

a usina de sonhos tão parada

Vejo da janela dos meus olhos

Na cidade magoada 

a usina de sonhos esta tão parada

Entendo o fogo porque sou daqui

E estas paredes porque sou daqui
E os meus amigos porque sou daqui
E os meus perigos porque sou daqui

Eu sei quem acendeu essa fogueira 

que nos queima e não aclara
Nossa noite maior, mais verdadeira
Eu sei quem acendeu essa fogueira 

que nos queima e não aclara
Nossa noite maior, mais verdadeira

Entendo o fogo porque sou daqui

E estas paredes porque sou daqui
E os meus amigos porque sou daqui
E os meus perigos porque sou daqui

Os bombeiros todos ganham

Os trinta dinheiros pra aquecer o fogo
Mas eu vejo a chama e tremo, 

por que sou daqui

Entendo o fogo porque sou daqui

E estas paredes porque sou daqui
E os meus amigos porque sou daqui
E os meus perigos porque sou daqui


Petrucio Maia/Antonio Brandão


Em minha rua
Não há noite nem dia
Não há vida nem há morte
Não há pranto nem cantar

A minha rua
Não é cheia nem vazia
Não tem destino nem sorte
Nem morte nem viajar

Em minha rua
Não há chuva nem há frio
Não há calor nem estio
Não há rio, não há mar

Nenhuma lua
Nenhum sol nem segredo
Não há glória nem há medo
Não há cor nem olhar

Em qualquer parte
Na calçada ou no batente
Eu me deito, eu me sento
E pego meu violão

Deixo que o vento
Traga estampas coloridas
Em papéis de chocolate
Pra cobrir minha canção

Deixo que o vento
Traga a morte que eu não tive
Traga a noite que não vive
Dentro do meu coração

Cirino/Sergio Costa

Pela luz que ilumina

O traçado e a triz
Não importa que seja de giz
Ela é como sempre eu quis
Rua aberta a caminho do mar
Meu amor você vai me encontrar
Numa rua qualquer por aí
Riso largo de tanto sorrir
Peito aberto de tanto de amar

Eu moro em Copacabana

Eu moro em Copacabana
Coração da América
Coração da América do Sul.

Clodô / Zeca Bahia

Eu sei que existe por ai 

uma andorinha solta
Procurando um verão 

que se perdeu no tempo
Cansou de herói do espaço
E quer a compania de outros pássaros
E que seu coração de ave, 
não agüenta tanta solidão

Eu sei que eu ando por ai, 

sou andorinha solta
E nem sei a estação 

em que estou vivendo
Não quero ser herói de nada
Só quero a compania de outros braços
E que meu coração de homem, 

voa alto como um pássaro

Asas

Fagner

O que este punhal tem de ave

São as asas da imaginação
A dor voa mas volta sempre
E pousa no meu coração

O que este punhal tem de ave ...


Voa gaivota breve, voa leve

Que o mar tem a alma secreta
Que guarda a carne dos peixes
E a solidão do poeta

Voa gaivota ...

Cartola

Bate outra vez

Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim
Volto ao jardim, na certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti 
Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabes sonhavas meus sonhos
Por fim

Fumo

Fagner 
Em poema de Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos

Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos sao dois velhos, probrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, cheias de carinhos

Os dias são outonos, choram choram

Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos
Invoco nossos sonhos, estendo os braços

É ele, oh meu amor, pelos espaços

Fumo leve que foge entre os meus dedos

Bumba meu boi  
Adaptação de Raimundo Fagner

Eu estava na ponta da rua

Eu vi a rua se fechar
Eu vi a fumaça da pólvora
Eu vi a corneta bradar

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto do tambor
Com cento e oitenta praça
É amor, é amor, é amor

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto da Bahia
Com cento e oitenta praça
À favor da monarquia

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto da favela
Com cento e oitenta praça
E mais de mil parabella

Eu tava na ponta da rua
Eu vi a rua se fechar
Eu vi a fumaça da pólvora
Eu vi a corneta bradar

Rodger Rogério/Fausto Nilo

Ai meu coração sem natureza
Vê se estanca essa tristeza 

que ilumina o escuro lar
O nosso amor é um escuro lar
Suspiro azul das bocas presas

O medo em minha mão 

que faz tremer a tua mão
Transpassa o coração, 

joga fumaça em meu pulmão
Silente esquina no Brasil
Nos verdes mares, calma lama, 

num desespero sem canção

Guarda o teu olhar de ave presa
Na toalha de uma mesa
Sem mirar a luz do sol, 

não há calor na luz do sol
O fim da festa é uma certeza

Te vejo em minha vida 

como um retrato marrom
São lembranças perdidas de um passado, 

e tudo bom
Brilha um punhal em teu olhar
Sinto o veneno do teu beijo

Era moderno o meu batom, 

batom, batom, batom ...

José Henrique Sarabia Rodrigues
Versão : Fagner / Fausto Nilo


Ansiedade

De ter-te em meus braços
Murmurando palavras de amor
Ansiedade
De ter os teus encantos
E tua boca voltar a beijar

Quem sabe estão chorando
Meus pensamentos
As lágrimas são pérolas
Que caem no mar
O eco adormecido
Desse meu lamento
Te fez estar presente
No meu sonhar

Quem sabe estás chorando
Ao recordar-me
E aperte o meu retrato com frenesi
E chegue ao teu ouvido
A melodia selvagem
Que é toda essa tristeza de estar sem ti


Fagner / Ricardo Bezerra


É, satisfeito da nova conquista
É, muito alegre de tanto te amar
Você só pensando na vida e nos saltos
Você só olhando no jeito meus passos
Como que me perguntasse
O que mais eu queria
Porque tudo acabava em silêncio
Eu te juro
Mas meu cigarro iluminava
Tua face quase triste de amar

Amei, eu amei, mas faz de conta

Que a vida é isto mesmo
Porque tudo acabava em silêncio
Eu te juro
Eu passei a vida esperando
E sem ela minha vida ia passar
Mas sei que a gente expande um tempo inútil
E a sorte
Quando esta chega não há quem segure
Então vou fazer-te uma promessa
Outro dia a gente vai se encontrar.


Fagner/Dedé Evangelista

Céu de vidro azul fumaça
Quatro Graus de latitude
Rua estreita, praia e praça
Minha arena e ataúde

Não permita Deus que eu morra

Sem sair desse lugar
Sem que um dia eu vá embora
Pra depois poder voltar

Quero um dia ter saudade

Desse canto que eu cantei
E chorar se der vontade
De voltar prá quem deixei
De voltar prá quem deixei.  


Para Mario Marins

Fagner
Baseado no poema "Marcha" de Cecília Meirelles



Quando penso em você

Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos

Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã

Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem 

me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato

Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um toco sozinho ...
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração

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