Fagner
Baseado no poema "Marcha" de Cecília Meirelles



Quando penso em você

Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos

Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã

Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem 

me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato

Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um toco sozinho ...
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração