Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

Outono


Cláudio Venturini/Sérgio Vasconcellos

Sigo as horas sem contar na janela o sol,
Aprendo em silêncio os seus segredos.
Corro a calçada sem olhar direção,
Minhas pegadas dizem quem sou.
Sem tempo sigo a direção da chuva.
A planta a prover o grão.

As folhas voam devagar, lembranças,
O sol vai dormir no mar,

Conto as horas pelo céu, sigo a noite,
Para as estrelas não há segredos.
Sinto o frio me tocar, anoiteço,
Você tem ouvidos mas não escuta.

O som das folhas pelo ar, as nuvens,
O rio a fugir do mar.
Sem tempo sigo a direção da chuva,
A planta a prover o grão.



Sérgio Vasconcellos/Cláudio Venturini/Chico Amaral

A linha do horizonte se avermelha, agora o sol se vai.
A sombra pouco a pouco escala o arco, a tarde cai.
Os homens calam-se diante do crepúsculo,
Solene sombra sobre estrada.
Sou eu quem devia
Voltar, mas é cedo.
Ali na direção da serra as luzes de uma aldeia vão,
Trazer um pouco de conforto a toda solidão.
Pessoas passam calejadas em alma e músculo,
Perguntas muitas sobre nada.
Sou eu (não posso voltar agora)
Quem devia (a guerra não terminou)
Voltar (mil léguas estrada afora)
Mas é cedo (sem tréguas ainda eu vou)
Escute as canções de guerra,
Os sinais, as razões da terra.
Alimentando a alma eu bebo vinho, eu trago música.
Sei que uma vida é uma vida sempre única.
Diante do amor o mundo é minúsculo,
Eu não profano a jornada.



Sérgio Vasconcellos/Cláudio Venturini/Lô Borges


Hoje é dia de inventar o amor
Faça acontecer
Você sabe tudo vai mudar
No seu coração
Vai buscar naquela estrela
A sua luz
Você sabe muito bem

Quando a gente quer mudar amor
Faz acontecer
Não espera o dia clarear
Faz amanhecer
O amor está mandando
Os seus sinais
Você sabe muito bem

Quem vem mudar
Chegou pra te acompanhar
Sinais de amor
É tudo que a gente quer
Viver é bom
Viver sem medo de errar
E a vida passa em um segundo

Hoje é dia de encontrar a paz
No seu coração
Navegando no imenso mar
Do que somos nós
Vai buscar naquela estrela
A sua luz
Você sabe muito bem


Beto Guedes e Ronaldo Bastos


Meu amor não leva a mal
Chega de maltratar
Quem só quer bem
E não tem mais razão de suportar
Tanto
Sendo assim não leva a mal
Para de machucar
Quem sempre te amou
E já não tem razão de duvidar
Tanto
Sua pessoa para parava a tarde suspensa
Chamo o seu nome
E logo se acende a luz
Sendo assim melhorar parar
Cuida pra não cegar
E nem perceber
Que já não tem razão pra me deixar
Tonto
Sua presença chama chamava o dia mais cedo
Tudo acendia
Ficava sempre acesa a luz
Sem querer injuriar
Trata de se ligar
Você me ganhou
E quem ajoelhou tem de rezar

Milton Nascimento/Fernando Brant

Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro

Que leva a vida como um rio desce para o mar
Fluindo naturalmente como deve ser
Não tenho hora de partir, nem hora de chegar

Hoje tô de bem com a vida, tô no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar

Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor

Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples, boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher 


Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor

Beto Guedes

O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver
O medo de amar é o medo de ter
De a todo momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção
O sol levantou mais cedo e quis
Em nossa casa fechada entrar pra ficar
O medo de amar é não arriscar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder
O sol levantou mais cedo e cegou
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz


Helio Contreiras/ Xangai


Todos querem ser pastores

quando encontram,
de manhã, os carneirinhos
enroladinhos,
como carretéis de lã.

Todos querem ser pastores,

e ter coroas de flores,
e um cajadinho na mão,
e tocar uma flautinha,
e soprar numa palhinha,
qualquer canção.

Todos querem ser cantores,

quando a estrela da manhã,
brilha só, no céu sombrio,
e pela margem do rio,
vão descendo os carneirinhos,
como carretéis de lã.



Helio Contreiras




Tanta seca, tanta morte

Nos caminhos do sertão
Meus olhos já viram coisa
De cortar o coração
A cara feia da fome
E o povo virando anão
Gente ficando louca
Sem ter água para beber
A fome comendo a fome
A falta do que comer
Êta, fim de mundo
Desgraceira, perdição
A imagem revelada pela televisão
É um coice no estômago
De toda essa nação
Cada um faz o que pode
Pra acudir nessa aflição
Desejando melhor sorte
Ao nordestino seu irmão
Mas o que a gente precisa
É terra, trabalho e pão
Revirando pelo avesso
O poder lá no sertão
Pra acabar com a penitência
De tamanho escravidão
E tem terra boa
Reclamando produção
Nas frentes de trabalho
Nas terras do fazendeiro
A gente encontra a morte
E ele muito dinheiro
Quero a vida feita vida
Vencendo a morte cruel
Vida aqui na terra
E não no reino do céu


Marisa Monte



O que me importa seu carinho agora
Se é muito tarde para amar você
O que me importa se você me adora
Se já não há razão pra lhe querer
O que me importa ver você sofrer assim
Se quando eu lhe quis você nem mesmo soube dar amor
O que me importa ver você chorando...
Se tantas vezes, eu chorei também
O que me importa sua voz chamando
Se pra você jamais eu fui alguém
O que me importa essa tristeza em seu olhar
Se o meu olhar tem mais tristezas pra chorar que o seu...
O que me importa ver você tão triste
Se triste fui e você nem ligou
O que me importa seu carinho agora
Se para mim a vida terminou
Terminou... terminou...


Marina Lima/Antonio Cícero



Eu espero
Acontecimentos
Só que quando anoitece
É festa no outro apartamento

Todo amor
Vale o quanto brilha
E aí
O meu ainda brilhava
Brilho de jóia e de fantasia

O que que há com nós dois, amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim

Era fácil
Nem dá pra esquecer
E eu nem sabia
Como era feliz de ter você

Como pôde
Queimar nosso filme
Um longe do outro
Morrendo de tédio e de ciúmes
O que que há com nós dois amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim

Zé Geraldo
 

Esperar 
é acreditar
A vida me ensinou a esperar

Quantas vezes eu quis ter
um jardim pra te dar
Quando tinha a terra
faltava a semente
Quando tinha semente
vinha a chuva forte
e levava tudo embora

E pra complicar
Andei por caminhos
tortuosos
Foi difícil voltar

Tivemos noites de vendavais
E em noites de vendavais
o dia demora a chegar
E foi assim

Ainda bem que desses anos todos
guardamos restos de sonhos
Rabiscos, pedaços de versos
Canteiros do nosso jardim
Vem ver

A Primavera floriu
Flor de Maio tá tão linda
Inda nem é abril
Onze horas sem-vergonha
dá por todo lado
Beija-flor apaixonado todo dia vem beijar
e contar os botões
que ainda tem pra abrir
E partir em busca
de outras flores
em outros jardins

Já estive com outras flores
em outros jardins
Hoje estou aqui
pra te regar
te proteger dos ventos
Te cuidar
Te servir
pra o que for
Os olhos do jardineiro
é que abrem o botão da flor



Hélio Contreiras
 


Montado no meu cavalo
Libertava Prometeu 

Toureava o minotauro
Era amigo de Teseu
Viajava o mundo inteiro
Nas estampas Eucalol
À sombra de um abacateiro
Ícaro fugia do sol
Subia o Monte Olimpo
Ribanceira lá do quintal
Mergulhava até Netuno
No oceano abissal
São Jorge ia prá lua
Lutar contra o dragão
São Jorge quase morria
Mas eu lhe dava a mão
E voltava trazendo a moça
Com quem ia me casar
Era a minha professora
Que roubei do rei Lear

 

Vital Farias

Veja você,
Arco-iris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Com esse gosto de sabão na boca
Veja meu bem, gasolina vai subir de preço
Eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim... ou é o fim... 

Eu vou partir
Pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gosta de mim
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim
Essas feridas da vida. Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim...

Vander Lee



Vem me ver
Vem juntar seu calor ao meu
Não te quero ter
Só nos finais de semana
Os meus dias
De feira também são seus
Vem viver
Corre pra nossa cabana
Faço de conta que sou levada
Pra ser levada em conta
É pra janela do seu olhar
Que o meu destino aponta
Vem
Põe o moletom
Prova meu batom
Minha companhia
Dobra a calça jeans
Rega meu jardim
Colore meu dia

Gonzaguinha


Era uma vez eu no meio da vida

Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Coisa de doce e de sal
Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Sempre o mar, cores indo
Do verde mais verde ao anil mais anil
Cores do sol e da chuva
Do sol e do vento, do sol e o luar
Era o tempo na rua e eu nua
Usando e abusando do verbo provar
Um beija-flor, flor em flor, bar em bar
Bem ou mal margulhar
Sempre menina franzina, traquina
De tudo querendo, provar e provar
Sempre garota, marota, tão louca
A boca de tudo querendo levar
Vida, vida, vida
Que seja do jeito que for
Mar, amar, amor
Se a dor quer o mar dessa dor, ah!
Quero no meu peito repleto
De tudo que possa abraçar
Quero a sede e a fome eternas
De amar, e amar e amar...
Vida, vida, vida.

Jorge Mautner


Eu quero ser como a locomotiva

Para atropelar você
Fazendo tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc... tchiuí
Por todos os campos, em todos os cantos
Vendo as flores a nascer

Eu quero ser como um gato do mato
Que vive só miando
Fazendo miau, miau, miau, miau, miau...
Chorando acordado, chorando dormindo
Chorando cantando

Eu quero ser como um triste vampiro
Voando pela cidade
Fazendo vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum...
Com minha capa sombria, com a mente tão fria
Atrás da felicidade

Eu quero ser como a serpente da água
Que vive só na mágoa
Fazendo pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss...
Comendo a uva, bebendo a chuva
Que do céu deságua

Eu quero ser como um telefone de plástico
Pra ligar só pra você
Fazendo trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim...
Alô, alô, quem fala? É o meu grande amor?
Vou saindo pra te ver

Eu quero ser como uma tv colorida
Pra mostrar todas as cores
Fazendo miummm, miummm, miummm, miummm...
Num programa de beijos, de loucos desejos
E de loucos amores

Eu quero ser como um chiclé de bola
Pra estourar na sua boca
Fazendo ploft, ploft, ploft, ploft, ploft, ploft...
Vivendo contente, grudando no seu dente
Ai, que coisa mais louca

Eu quero ser como um carro de praça
Levando a multidão
Fazendo fón, fón, fón, fón, fón, fón... rrrrrrr... fón, fón...
Com o corpo cansado, com o breque quebrado
Na avenida São João

Eu quero ser como um riso de amor
Na boca de um anjo
Fazendo hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã...
Em cimas das nuvens, ao lado de Deus
Tocando o meu banjo

Gilberto Gil


 

O rei da brincadeira
Ê, José!
O rei da confusão
Ê, João!
Um trabalhava na feira
Ê, José!
Outro na construção
Ê, João!...

A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi prá Ribeira jogar
Capoeira!
Não foi prá lá
Pra Ribeira, foi namorar...

O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio...

Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João...

O espinho da rosa feriu Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Foi dançando no peito
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Oi girando na mente
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

Juliana girando
Oi girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
O amigo João (João)...

O sorvete é morango
É vermelho!
Oi, girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi, girando, girando...

Olha a faca! (Olha a faca!)
Olha o sangue na mão
Ê, José!
Juliana no chão
Ê, José!
Outro corpo caído
Ê, José!
Seu amigo João
Ê, José!...

Amanhã não tem feira
Ê, José!
Não tem mais construção
Ê, João!
Não tem mais brincadeira
Ê, José!
Não tem mais confusão
Ê, João!...

Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!...


Djavan 

Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio

paro para me benzer
Mãe d'Água sai um pouquinho desse seu leito ninho
que eu tenho um carinho para lhe fazer

Pinheiros do Paraná
Que bom tê-los como areia no mar
Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema
A Ema gemeu no tronco do Juremá

Cacique perdeu mas lutou que eu vi
Jari não é Deus mas acham que sim
Que fim levou o amor
Plantei um pé de fulô deu capim...

Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio
paro para me benzer
Mãe d'Água sai um pouquinho desse seu leito ninho
que eu tenho um carinho para lhe fazer

Pinheiros do Paraná
Que bom tê-los como areia no mar
Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema
A Ema gemeu no tronco do Juremá

Cacique perdeu mas lutou que eu vi
Jari não é Deus mas acham que sim
Que fim levou o amor
Plantei um pé de fulô deu capim...


Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza

Ah! Quando você não vem

Quem me socorre é o mar
Só ele e mais ninguém
Pra não deixar me afogar
Nas águas da solidão
Que escorrem do meu coração
Põe brilho em meu olhar
Criando estrelas do mar

Ah! Quando você não vem
Mergulhos dou na paixão
No mar que vivem também
Cardumes de ilusão
E toda vez é assim
Se eu vejo um barco passar
Bate a certeza em mim
Que nele você vai chegar (voltar, chegar)


Lô Borges/Marcio Borges



Quando chego afim de falar

Ela dorme em frente à TV
E se esquece das pragas que ela me jurou
E depois de se benzer
Me diz até amanhã
E nem percebe mais a solidão...

N'outro dia acorda de bem
Tem os olhos molhados do céu
Acredita no sonho que o sol brilhou
E na força do avião
E nunca vê o mal
Monotonia desse ideal...

Mas prepara um belo jantar
Tira a blusa , me faz um sinal
O vestido azul do noivado está
Enterrado no baú
E o vento da paixão
Já vem soprar um novo coração...


Beto Guedes/Ronaldo Bastos



Abre a folha do livro
Que eu lhe dou para guardar
E desata o nó dos cinco sentidos
Para se soltar
Que nem o som clareia o céu nem é de manhã
E anda debaixo do chão
Mas avoa que nem asa de avião
Pra rolar e viver levando jeito
De seguir rolando
Que nem canção de amor no firmamento
Que alguém pegou no ar
E depois jogou no mar

Pra viver do outro lado da vida
E saber atravessar
Prosseguir viagem numa garrafa
Onde o mar levar
Que é a luz que vai tescer o motor da lenda
Cruzando o céu do sertão
E um cego canta até arrebentar
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Não ter medo de nenhuma careta
Que pretende assustar
Encontrar o coração do planeta
E mandar parar
Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas
Fazer um minuto de paz
Um silêncio que ninguém esquece mais
Que nem ronco do trovão
Que eu lhe dou para guardar

A paixão é que nem cobra de vidro
E também pode quebrar
Faz o jogo e abre a folha do livro
Apresenta o ás
Pra renascer em cada pedaço que ficou
E o grande amor vai juntar
E é coisa que ninguém separa mais
Que nem ronco de trovão
Que eu lhe dou para guardar


Paulo César Pinheiro


Eu quero ter a sensação das cordilheiras, 

desabando sobre as flores inocentes e rasteiras.

Eu quero ver a procissão dos suicidas, 

caminhando para a morte pelo bem de nossas vidas.

Eu quero crer nas solução do evangelhos, 

obrigando os nossos moços ao poder dos nossos velhos.

Eu quero ler o coração dos comandantes, 

condenando os seus soldados pela orgia dos farsantes.

Eu quero apenas ser cruel naturalmente, 

e descobrir onde o mal nasce e destruir sua semente.

Eu quero ser da legião dos grandes mitos, 

transformando a juventude num exército de aflitos.

Eu quero ver a ascensão de Iscariotes, 

e no sábado um Jesus crucificado em cada poste.

Eu quero ler na sagração dos estandartes, 

uma frase escrita a fogo pelo punho de deus Marte .

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