Tavinho Moura / Márcio Borges
Céu carrossel, a roda-ciranda
Enrola teu ser ao meu
Vejo passar o véu da manhã
Tão cristalina luz
Ilumina
Sol, girassol e tudo mais
Tudo por ti
Cigana, meu mal
Rodando a saia
Viagem das mãos
Sapateava meu coração
Céu, carrossel, a roda-cigana
Enrola teu ser ao meu
Tanto lugar
Viagem das mãos
E no limiar do cais
De teu corpo
Concha de mar salina
Não pode ser
Melhor nem pensar
Mas como é sentimento real
Depois talvez o tempo dirá
Céu, carrossel, a roda-cigana
Concha de mar salina
Não pode ser
Melhor nem pensar
Mas como é sentimento real
Depois talvez o tempo dirá
Beto Guedes/Ronaldo Bastos
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Beto Guedes/Marcio Borges
As quatro luas
Na tua pele morna
Desenham meu sinal
Mistério de teus abismos, mulher
De todo amor poder vencer
O turbilhào de viver
Teus olhos claros são meu farol
As quatro cordas
Do instrumento choram
Exatas como o sol
Clareia o céu
A cada manhã
E um acorde faz nascer
O infinito querer
Bem
Teus olhos claros são meu farol
Estrada longa estrada
A me levar sempre embora
Nas quatro direções
Da rosa dos ventos
Tarde demais
Agora estou tão preso a ti
Meu corpo quer te levar
Teus olhos claros são meu farol
A nuvem pálida
No céu desses meus desejos
Encobre toda a paz
E põe no meu caminho quatro ilusões
Amar, viver, cantar e ser
O que eu não posso negar
Não
Teus olhos claros são meu farol
Lennon / McCartney (Versão: Beto Guedes)
Nem o sol
Nem o mar
Nem o brilho
Das estrelas
Tudo isso
Não tem valor
Sem ter você...
Nem o som
Da mais linda
Melodia
Nem os versos
Dessa canção
Irão valer...
De todas as rosas
É igual
À doce presença
Do seu amor...
Mas eu nunca saberia
Do que um dia se revelou
Quando te vi...
De todas as rosas
É igual
À doce presença
Do seu amor...
Mas eu nunca saberia
Do que um dia se revelou
Quando te vi...
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Dentro de mim uma estrela arde no peito e derrama
Calma, coração, a razão não é dona do destino
Toda emoção mulher
Nasceu pra ser minha estrela da guia
Companhia para o que Deus quiser
E com outro amor, como se nada for
Quatrocentos golpes no beijo que não me deu
E também doeu, como se nunca mais
Deusa que tudo reclama
É como eu, bem capaz de perder o seu juízo
Tal qual um ser qualquer
Filho de leite das ruas
No vendaval e meus olhos jorrados de desejo
Com a rapidez da luz
E com outro amor, como se nada for
Quatrocentos golpes no beijo que não me deu
E também doeu, como se nunca mais
Beto Guedes/Ronaldo Bastos
Sou um rei sem palácio
Não dá nem pra contar de onde eu vim
As nuvens que passam
Esperam por mim
E quer acreditar no que vê
Seus olhos de jade
Que invadem meu ser
Me queima e nem assim
Percebe o quanto amei
Nada que eu possa falar
Fala por tudo que eu sei
Sei que te amo
E quero ser feliz
Sei que te amo
E quero ser feliz
Sem fim
Eu sei que num lugar do sem fim
Existem dois astros
Que velam e esperam por mim
Me queima e nem assim
Percebe o quanto amei
Nada que eu possa falar
Fala por tudo que eu sei
Sei que te amo
E quero ser feliz
Sim, eu te amo
E quero ser feliz
Sem fim
Para Cecília, por seus olhos de jade
Luiz Guedes/Thomas Roth/Marcio Borges
O tema da canção
Meu coração guardou
Para dar a quem trouxer
A mensagem dos caminhos
Livres
Viagens de buscar
Sertão e beira-mar
Brincar de bem-me-quer
E uma doce companheira
Sempre
Hoje a noite serenou
Orvalho nos quintais
Acordei pensando em nós
E uma estrela caiu
Lembrei de não chorar
O tempo que passou
Lembrei de desejar
Boa sorte pra você
E o dia clareou
Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Meu amor não leva a mal
Chega de maltratar
Quem só quer bem
E não tem mais razão de suportar
Tanto
Sendo assim não leva a mal
Para de machucar
Quem sempre te amou
E já não tem razão de duvidar
Tanto
Sua pessoa para parava a tarde suspensa
Chamo o seu nome
E logo se acende a luz
Sendo assim melhorar parar
Cuida pra não cegar
E nem perceber
Que já não tem razão pra me deixar
Tonto
Sua presença chama chamava o dia mais cedo
Tudo acendia
Ficava sempre acesa a luz
Sem querer injuriar
Trata de se ligar
Você me ganhou
E quem ajoelhou tem de rezar
Milton Nascimento/Fernando Brant
Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro
Que leva a vida como um rio desce para o mar
Fluindo naturalmente como deve ser
Não tenho hora de partir, nem hora de chegar
Hoje tô de bem com a vida, tô no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar
Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor
Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples, boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher
Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver
De a todo momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção
Em nossa casa fechada entrar pra ficar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz
Beto Guedes/Ronaldo Bastos
Abre a folha do livro
Que eu lhe dou para guardar
E desata o nó dos cinco sentidos
Para se soltar
Que nem o som clareia o céu nem é de manhã
E anda debaixo do chão
Mas avoa que nem asa de avião
Pra rolar e viver levando jeito
De seguir rolando
Que nem canção de amor no firmamento
Que alguém pegou no ar
E depois jogou no mar
E saber atravessar
Prosseguir viagem numa garrafa
Onde o mar levar
Que é a luz que vai tescer o motor da lenda
Cruzando o céu do sertão
E um cego canta até arrebentar
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Não ter medo de nenhuma careta
Que pretende assustar
Encontrar o coração do planeta
E mandar parar
Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas
Fazer um minuto de paz
Um silêncio que ninguém esquece mais
Que nem ronco do trovão
Que eu lhe dou para guardar
A paixão é que nem cobra de vidro
E também pode quebrar
Faz o jogo e abre a folha do livro
Apresenta o ás
Pra renascer em cada pedaço que ficou
E o grande amor vai juntar
E é coisa que ninguém separa mais
Que nem ronco de trovão
Que eu lhe dou para guardar