Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

Roque Ferreira

Eu preciso do seu amor
Paixão forte me domina
Agora que começou
Não sei mais como termina
Água da minha sede
Bebo na sua fonte
Sou peixe na sua rede
Por do sol no seu horizonte
Quando você sambou na roda
Quando você sambou na roda
Fiquei afim de te namorar
Fiquei afim de te namorar
O amor tem essa história
Se bate já quer entrar
Se entra não quer sair
Ninguém sabe explicar
O meu amor é passarinheiro
O meu amor é passarinheiro
Ele só quer passarinhar
Ele só quer passarinhar
Seu beijo é um alçapão
Seu abraço é uma gaiola
Que prende meu coração
Que nem moda de viola
Na gandaia (na gandaia)
Fruto do seu amor me pegou (na gandaia)
Sua renda me rodou (foi a gira)
Foi cangira que me enfeitiçou
Apaixonado
Preciso do seu amor

Diana


Fernando Brant/Toninho Horta

Velha amiga
Eu volto à nossa casa
Já não te encontro alegre
Quase humana
Corpo pintado
De branco e marrom
E uma tristeza no olhar
Como se conhecesse
Dor milenar
Já não te encontro
À espera ao pé da porta
Correndo viva e bela
Ou descansando

Tanto vazio por todo lugar
Tanto silêncio
Sinto ao chegar
Ao nosso território de brincar

Almoço aos domingos
A velha farra
Todos vão inventando
Novos segredos

Fica a ausência
Branca e marron
E a tristeza milenar
Mas os meninos voltaram a brincar
Como se ainda sentissem o seu olhar

Diana, Diana, Diana, Diana, Diana

Velha amiga
Eu volto à nossa casa
Já não te encontro alegre
Quase humana

Corpo pintado
De branco e marrom
E uma tristeza no olhar
Como se conhecesse
Dor milenar

Já não te encontro
À espera ao pé da porta
Correndo viva e bela
Ou descansando

Tanto vazio por todo lugar
Tanto silêncio
Sinto ao chegar
Ao nosso território de brincar

Almoço aos domingos
A velha farra
Todos vão inventando
Novos segredos

Fica a ausência
Branca e marron
E a tristeza milenar
Mas os meninos voltaram a brincar
Como se ainda sentissem o seu olhar

Diana, Diana, Diana, Diana, Diá,
Diana, Diana

Agepê/Canário

E! E! Ei! Menina de cabelos longos
Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina

E! E! Ei! Menina de cabelos longos

Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...
Quem sabe indo pro Recife ou então Sergipe
A gente compra um jipe lá
Ou direto pra Bahia
Que eu tenho uma tia lá

Prá só comer, beber, dormir e não pagar

Pra comer, beber, dormir
Prá comer, beber, dormir
Prá comer, beber, dormir e não pagar

Ei! Ei! Ei! Menina de cabelos longos

Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina

Ei! Ei! Ei! Menina de cabelos longos

Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina

Eu sei que no Nordeste tem cabra da peste

No Norte tem faca de corte e calor
Mas vou levar cheio de bala
Um trezoitão na mala e um ventilador

Ei! Menina

Que vida boa a gente vai levar
Melhor que a vida de rainha e rei
Melhor que tudo que se imaginar

Ei! Menina

Que vida boa a gente vai levar
Melhor que a vida de rainha e rei
Melhor que tudo que se imaginar

Mas pra só ...

Prá só comer, beber, dormir e não pagar
Pra comer, beber, dormir
Prá comer, beber, dormir
Prá comer, beber, dormir e não pagar

Ei! Ei! Ei! Menina de cabelos longos

Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina
Ei! Ei! Ei! Menina de cabelos longos
Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina
Ei! Ei! Ei! Menina de cabelos longos
Quero te levar pra longe
E no primeiro bonde a gente pode partir...

ei menina

Belchior

O que é que pode fazer o homem comum
neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
a vida comovida,
inteiramente livre e triunfante?

O que é que eu posso fazer
com a minha juventude
quando a máxima saúde hoje
é pretender usar a voz?
O que é que eu posso fazer
um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
que sob a luz da lua,
os tratam como gente - é claro! - a pontapés.)

Era uma vez um homem e seu tempo...
(Botas de sangue nas roupas de Lorca).
Olho de frente a cara do presente e sei
que vou ouvir a mesma história porca.
Não há motivo para festa: ora esta!
Eu não sei rir à toa!

Fique você com a mente positiva que eu
quero a voz ativa (ela é que é uma boa!)
pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
(A palavra "pessoa" hoje não soa bem -
pouco me importa!)

Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!
Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem:
Conheço o meu lugar!

Orlando Morais/Toni Costa

Estrelas vão fugindo
Entre os faróis e o mar
Neste azul, que azul!
O nosso amor sumindo
Entre partir, ficar
Entre o norte, o sul
Cruzando sobre os raios
Antenas de TV
Porque você me olha
Se você não me vê
Sobre os oceanos
Em doces guerras frias
Não deixa anoitecer
Não deixa escurecer
O Nosso dia

Geraldo Espindola

Kikiô nasceu no centro
 
Entre montanhas e o mar
Kikiô viu tudo lindo

Todo índio por aqui

India América deu filhos

Foi Tupi foi Guarani

Kikiô morreu feliz deixando

a terra para os dois

Guarani foi pro sul

Tupi pro norte

E formaram suas tribos

cada um em seu lugar

Vez em quando se encontravam

Pelos rios da América

E lutavam juntos contra o

branco em busca de servidão

E sofreram tantas dores 

acuados no sertão
Tupi entrou no Amazonas

Guarani ainda chama...

Kikiô na lua cheia quer Tupi,
 
quer Guarani......

Amor

Pablo Milanés

No te pido que te cuides
Esa delgadez extrema,
Sólo pido que me mires
Con esa mirada buena.

Tus ojos no son luceros

Que alumbran la madrugada
Pero si me miran siento
Que me tocas con tus manos.

Tus manos no son hermosas

No veo estilo en tus dedos
Pero qué humanos reposan
Si se enroscan en tu pelo.

Tu pelo ya sin color

Sin ese brillo supremo
Cuida y resguarda con celo
Lo que cubre con amor

Tu cerebro porque piensas
Porque es tu clave y motor
Va generando la fuerza
Que me hace humano y mejor.

Cuerpo, manos, ojos, pelo,

Carne y hueso inanimados
Que cobran vida
Y por eso quiero vivir a tu lado.

Teimosa

Antonio Carlos e Jocafi

Nas peripécias do amor... teimosa 
As maluquices que eu fiz ...teimosa
Os argumentos que eu dei ...pifaram 
E as previsões que eu lancei ...falharam  
Quando se trata de amor... teimosa 
Tem que saber perdoar ...teimosa 
Mas se quer infernizar meu sossego  
Juro por Deus peço arrego 
Juro por Deus peço arrego 
Juro por Deus peço arrego 
Juro por Deus peço arrego

Zé Ramalho

Tão indecente
Foi o jeito que essa mina descarada, 

arranhada, repulsiva
Me jogou de repente
Eu já sabia das suas intenções maléficas 

contra mim
Por isso me precavi com todo alho e cebola
Que eu consegui comprar
Mas o que eu não sabia era que você
Era exata e precisa nos seus movimentos
Por isso, confesso,
Estou num terrível astral!

Mais um capítulo
Da novela colorida, dolorida, masculina,
Que eu pedi pra ver
O personagem que encenava contramão
Do gancho à oficina telepática me sorria
Como um camafeu
Só me admira é que essa transa toda
Vai acabar
Caindo nas costas da pessoa 

que vos fala e relata
O que aconteceu!

Minha família
Mandou-me um cartão postal
Pois tal cartão conseguiu me fazer chorar
E o reco-reco que eu brincava, ei mãe
A senhora me bateu porque 

eu troquei por um isqueiro
Pra poder fumar…
Um tal negócio ou coisa parecida
Que faz bem ou mal à saúde
Não interessa, mãe
Eu quero ir à Sodoma pra poder fumar


Alceu Valença/Zé da Flauta

Além de tudo sou moleque mal ouvido
Sou atrevido e já joguei tudo pro ar
Vai longe a noite do meu sonho colorido
Duvidar? Duvido e insisto em duvidar
Creio na perua
E o povo tá comendo vidro
Creio na perua
E o balão vai pipocar
Creio na perua
O povo tá comendo vidro
Creio na perua
Tá pior vai piorar
É como a história da cantiga da perua
Seu Elias fez a sua profecia popular
E Ari Lobo resolveu morar na lua
Partindo no Sputinik do campo do Jequiá

Virgilio Carmona

Desde el norte traigo en el alma
La alegre zamba que canto aqui
Y que bailan los tucumanos
Con entusiasmo propio de alli.
Cada cual sigue a su pareja
Joven o vieja de todo vi.

Media vuelta y la compañera

Forman la rueda para seguir
Viene el gaucho y le hace un floreo
Y el zapateo comienza alli
Sigue el gaucho con su floreo
Y el zapateo termina alli.

Para las otras no

Pa' las del norte si.
Para las tucumanas, mujer galana
Naranjo en flor,
Todo lo que ellas quieran,
Que la primera ya termino.


No me olvido viera compadre

De aquellos bailes que hacen alli
Tucumanos y tucumanas
Todos se afanan por divertir
Y hacen linda esta mala vida
Asi se olvidan que hay que sufrir.

Empanadas con vino en jarra

Una guitarra, bombo y violin
Y unas cuantas mozas bizarras
Pa' que la farra pueda seguir
Sin que falten esos coleros
Viejos cuenteros que hacen reir.

Para las otras no

Pa' las del norte si
Para las de simoca
Mis ansias locas de estar alli
Para brindarles mi alma
Con esta zamba que canto aqui.



Moraes Moreira/Pepeu Gomes/Galvão

Você é incapaz 
de matar uma muriçoca
Mas como tem capacidade 
de mexer meu coração

E o malandro aqui, 
com qualquer dois mil réis
Põe em cima uma sandália de responsa 
e essa camisa
De malandro brasileiro 
que me quebra o maior galho

E o resto é comigo 
porque a pinta que se toca
Quando você se chega, 
só porque você chega
Sem nada como eu!
E esse ano não vai ser 
igual aquele que passou
Oh oh oh oh oh que passou

Fito Páez

Dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril sos vos
nos pasan tantas cosas en la vida
que si aparece el sol 
hay que dejarlo pasar
abril otra vez
para que no tengamos soledad
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril sos vos
y las violetas que coronan tu tristeza
y las guirnaldas de tu inmensa soledad
sos tan hermosa que jamás 

vas a dejar de brillar así
aquí o allá
sos parecida a los planetas 

que se mueven por ahí
que no podés parar ya nunca de girar
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril, 

qué bello abril, qué bello abril
para que no tengamos soledad
para que no tengamos nunca más soledad

Angelino de Oliveira

Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Prá você quero contar
O meu sofrer e a minha dor

Eu sou como o sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Nesta viola eu canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade
Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beirachão

Todo cheio de buraco
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá na mata a passarada

Principia o barulhão
Nesta viola, eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar

O choro que vem caindo
Devagar vai se sumindo
Como as àguas vão pro mar
Nesta viola, eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Alceu Valença

Lá vem chegando o verão
No trem da estação da luz
É um pintor passageiro colorindo o mundo inteiro
Derramando seus azuis lá vem chegando o verão
Lá vem chegando o verão
No trem da estação da luz
Com seu fogo de janeiro colorindo o mundo inteiro
Derramando seus azuis pintor chamado verão
Tão nobre é sua aquarela papoulas vermelhas
A rosa amarela o verde dos mares
As cores da terra me faz bem moreno
Para os olhos dela

Joyce/Maurício Maestro

Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito
De se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender
Os mistérios do fogo
Prá te incendiar

Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito
De atravessar
Preciso um navio
Prá me levar
Preciso aprender
Os mistérios do rio
Prá te navegar

Vida breve
Natureza
Quem mandou, coração

Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito
De segurar
A vida passou prá me carregar
Preciso aprender
Os mistérios do mundo
Prá te ensinar

Preciso aprender
Os mistérios do mundo
Prá te ensinar


Nelson Rufino/Zé Luiz

Todo menino é um rei

Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Todo menino é um rei

Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Por cima do mar da ilusão

Eu naveguei! Só em vão
Não encontrei
O amor que eu sonhei
Nos meus tempos de menino
Porém menino sonha demais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais

Todo menino é um rei

Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

A vida que eu sonhei

no tempo que eu era só
Nada mais do que menino
Menino pensando só
No reino do amanhã
A deusa do amor maior
Nas caminhadas sem pedras
No rumo sem ter um nó


Caetano Veloso/Ney Costa Santos 
(sobre poema de Vladimir Maiakovski)

Talvez, quem sabe, um dia
Por uma alameda do zoológico
Ela também chegará
Ela que também amava os animais
Entrará sorridente assim como está
Na foto sobre a mesa
Ela é tão bonita
Ela é tão bonita que na certa
eles a ressuscitarão
O século 30 vencerá
O coração destroçado já
Pelas mesquinharias
Agora vamos alcançar
Tudo que não podemos amar na vida
Com o estrelar das noites inumeráveis
Ressuscita-me
Ainda que mais não seja
Porque sou poeta e ansiava o futuro
Ressuscita-me
Lutando contra as misérias do cotidiano
Ressuscita-me por isso
Ressuscita-me
Quero acabar de viver o que me cabe
Minha vida
Para que não mais exista amores servis
Ressuscita-me
Para que ninguém mais tenha
De sacrificar-se por uma casa ou um buraco
Ressuscita-me
Para que a partir de hoje
A partir de hoje
A família se transforme
E o pai
Seja, pelo menos, o universo
E a mãe
Seja, no mínimo, a terra
A terra, a terra

Benito Di Paula

Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha,
que eu tanto amei.

Sylvio da Silva

Se eu quiser fumar eu fumo, 
se eu quiser beber eu bebo
Eu pago tudo que eu consumo 

com o suor do meu emprego
Confusão eu não arrumo, 

mas também não peço arrego
Eu um dia me aprumo, 

pois tenho fé no meu apego
Eu só posso ter chamego, 

com quem me faz cafuné
Como o vampiro e o morcego 

é o homem e a mulher
O meu linguajar é nato, 

eu não estou falando grego
Eu tenho amores e amigos de fato,
Nos lugares onde eu chego
Eu estou descontraído, 

não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado 

pra falar de vida alheia
Mas digo sinceramente, 

na vida, a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia
É gente que vive chorando de barriga cheia

Belchior

Há tempo, muito tempo
Que eu estou
Longe de casa
E nessas ilhas
Cheias de distância
O meu blusão de couro
Se estragou

Ouvi dizer num papo
Da rapaziada
Que aquele amigo
Que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé
Já se mandou
Oh! Oh! Oh!...

Sentado à beira do caminho
Prá pedir carona
Tenho falado
À mulher companheira
Quem sabe lá no trópico
A vida esteja a mil...

E um cara
Que transava à noite
No "Danúbio azul"
Me disse que faz sol
Na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam
No coração do Brasil...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar...

Até parece que foi ontem
Minha mocidade
Com diploma de sofrer
De outra Universidade
Minha fala nordestina
Quero esquecer o francês...

E vou viver as coisas novas
Que também são boas
O amor, humor das praças
Cheias de pessoas
Agora eu quero tudo
Tudo outra vez...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar

Paco Bandeira /José Maria Rodrigues

Eu vim das bandas do sul
Puindo comboio romeiro
Em noites cor do fruto
Em tristezas e sobreiros
Sou filho das planícies
Neto dos trovões cansados
Irmão de estrela sem nome
Amigo dos cães de gado
Aprendi do ABC olhando 
os olhos das gentes
Formei-me em vida vivida 

ao som do ranger dos dentes
Amei em palha moída, 

usei corpos sem destino Fiz coisas
que não concebo
Com gentes que não atino
Cheguei à cidade grande, 

usei-me em restos de nada
Gastei-me em restos de tudo
Minha vida está parada
Usei-me em restos de tudo
Gastei-me em restos de nada
E agora que nada tendo, 

ando à procura de mim
Vou pagar o que não tive 

em troca do que não fiz.

Zé Ramalho

Corriam os anos trinta
No nordeste brasileiro
Algumas sociedades 

lutavam pelo dinheiro
Que vendiam pelas terras
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros

E correr da volante
No meio da noite, 

no meio da caatinga
Que quer me pegar

Na memória da vingança
Um desejo de menino
Um cavaleiro do diabo
Corre atrás do seu destino
Condenado em sua terra
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros…

E correr da volante
No meio da noite, 

no meio da caatinga
Que quer me pegar



Almir Sater/Paulo Simões

Cubanita me lembro bem
Que foi paixão à primeira vista
Você era dentre todas
A mais bonita
Admita que quando você me viu
Sentiu coisa parecida
Me olhou com aqueles olhos
De bandida
Fez amor como bailarina
Me beijou e me enlouqueceu
Mas chorou feito uma menina
Quando amanheceu
Senhorita você fugiu
Daquela ilha socialista
Algum barbudão te deu
visto de turista
Mas assim que chegou aqui
Caiu na farra capitalista
Andava de limusine com motorista
Hermanita sabemos bem
Foi tão bom quanto tinha que ser
Mas seguimos os nossos caminhos
Porque nos convém
Reconheço bem que você me avisou
Da sua veia de artista
Sumiu...se evaporou
E não deixou pista
De repente vem gente e diz
Que te viu casada com economista
Um outro te viu
pelada numa revista
Cubanita
Onde estiver
Amsterdã
Ou em Nova Guiné
Será sempre
E não só pra mim
Uma linda mulher
Cubanita linda
Te quiero
E digan lo que digan
Te quiero
Ser
ás bienvenida
Em mi vida
Hermosa señorita
Te quiero


Paulinho Lima/Nico Rezende

Dói mais teu silêncio que tua agressão
Tentar crescer
Saber dizer não
Ter seu espaço
Sua opção
Tudo em vão
A gente se esquece e tudo promete
Tenta não ver
Que enlouquece
Barra pesada
Isso nunca mais
Te encontrei
Nada adianta e não tem disfarce
Pra que mentir
Diz a verdade
Tanta solidão
A quem convém
Esquece e vem
Esquece e vem
A gente quase tudo tem

Fito Páez

Dar es dar
y no fijarme en ella
y su manera de actuar
Dar es dar
y no decirle a nadie
si quedarse o escapar.
Cuando el mundo te pregunta
del por qué, por qué, por qué, por qué,
por qué das vueltas la rueda
por qué no te detenés,
yo te digo que dar es dar.
Dar es dar
y no marcar las cartas, simplemente dar
dar es dar, y no explicarle a nadie,
no hay nada que explicar.
Hoy los tiempos van a mil
y tu extraño corazón ya no capta como
antes las pulsiones del amor.
Yo te digo que dar es dar,
dar y amar.
Mira nene, hacelo fácil dar es dar
Dar lo que tengo todo me da
da, da, da ,da, da ,da, da,
no cuento el vuelto siempre es de más
da, da, da ,da, da ,da, da
dar es dar,
es solamente una manera de andar
Dar es dar, lo que recibes
es también libertad.
Cuando estoy perdido un poco loco por
ahí, siempre hay alguien con tus ojos,
esperándome hasta el fin
porque dar es dar, dar y amar
Gracias nena por tu vida una vez más
dar es dar
Dar lo que tengo todo me da
da, da, da ,da, da ,da, da
no cuento el vuelto, siempre es de más
da, da, da ,da, da ,da, da
estar de menos o estar de más
da, da, da ,da, da ,da, da
cielo o infierno, lo mismo da
da, da, da, da, da, da, da
Dar es dar, dar es dar
es encontrar en alguien
lo que nunca encontrás.
(Dar es dar! ... Gracias)

Nina

Chico Buarque

Nina diz que tem a pele cor de neve
E dois olhos negros como o breu
Nina diz que, embora nova
Por amores já chorou
Que nem viúva
Mas acabou, esqueceu

Nina adora viajar, mas não se atreve
Num país distante como o meu
Nina diz que fez meu mapa
E no céu o meu destino rapta
O seu

Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve

Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou

Antonio Carlos/Jocafi


Inofensivo aquele amor
Que nem sequer se acomodou
Já morreu!
Quem destratou a ilusão
Que freqüentou meu coração
Não fui eu!

Não adianta me envolver
Nas artimanhas que você
Preparou!
E vá tratando de esquecer
Leve os breguetes com você
Me zangou!

Por isso agora
Deixa estar, deixa estar
Que eu vou entregar você...

Inofensivo aquele amor
Que nem sequer se acomodou
Já morreu!
Quem destratou a ilusão
Que freqüentou meu coração
Não fui eu!

Por isso agora
Deixa estar, deixa estar
Que eu vou entregar você...

Não adianta me envolver
Nas artimanhas que você
Preparou!
E vá tratando de esquecer
Leve os breguetes com você
Me zangou!

Por isso agora
Deixa estar, deixa estar
Que eu vou entregar você...

Belchior

Eu sou apenas um rapaz
Latino-Americano
Sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes
E vindo do interior...
Mas trago, de cabeça
Uma canção do rádio
Em que um antigo
Compositor baiano
Me dizia
Tudo é divino
Tudo é maravilhoso...

Tenho ouvido muitos discos
Conversado com pessoas
Caminhado meu caminho
Papo, som, dentro da noite
E não tenho um amigo sequer
Que ainda acredite nisso
Não, tudo muda!
E com toda razão...

Eu sou apenas um rapaz
Latino-Americano
Sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes
E vindo do interior...

Mas sei
Que tudo é proibido
Aliás, eu queria dizer
Que tudo é permitido
Até beijar você
No escuro do cinema
Quando ninguém nos vê...

Não me peça que eu lhe faça
Uma canção como se deve
Correta, branca, suave
Muito limpa, muito leve
Sons, palavras, são navalhas
E eu não posso cantar como convém
Sem querer ferir ninguém...

Mas não se preocupe meu amigo
Com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção
A vida realmente é diferente
Quer dizer!
A vida é muito pior...

E eu sou apenas um rapaz
Latino-Americano
Sem dinheiro no banco
Por favor
Não saque a arma no "saloon"
Eu sou apenas o cantor...

Mas se depois de cantar
Você ainda quiser me atirar
Mate-me logo!
À tarde, às três
Que à noite
Tenho um compromisso
E não posso faltar
Por causa de vocês...

Eu sou apenas um rapaz
Latino-Americano
Sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes
E vindo do interior
Mas sei que nada é divino
Nada, nada é maravilhoso
Nada, nada é sagrado
Nada, nada é misterioso, não...

Antonio Carlos/Jocafi

Ah, Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

Um corre-corre
Um Deus-nos-acuda
É Vadinho

Um bate-boca
Um disse-me-disse
É Vadinho

Na passarela sem aviso prévio 
entregou sua alma
Entre soluços, chiliques, batuques, 

num dia de carnaval
A boemia chora o seu rei que é Vadinho
Toda Bahia rende homenagem ao Vadinho

Adormecido com um largo sorriso
Zombava da morte
E ainda se escuta o seu grito de guerra
"Vamos vadiar, deixa a vida de quelé"

Ah, Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

Um novo amor renasce pro amor de Vadinho
E Dona flor que casa de novo, Vadinho
O bem-amado, bem-visto, 

bem-quisto Doutor Madureira
Um cidadão respeitável, 

doutor diplomado na Capital
Ti-tisconjuro, sai do meu corpo, Vadinho
E foi pro céu o anjo, o malandro Vadinho
De vez em quando um riso boêmio 

desperta os amantes
E ainda se escuta o seu grito de guerra
"Vamos vadiar, deixa a vida de quelé!"

Ah, Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé
Dona Flor, Dona Flor
Deixe a vida de Quelé

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