Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

Capinam/Moraes Moreira

Na mão do poeta
O sol se levanta
E a lua se deita
Na côncava praça
Aponta o poente
O apronte o levante
Crescente da massa
Aos pés do poeta
A raça descansa
De olho na festa
E o céu abençoa
Essa fé tão profana
Oh! Minha gente baiana
Goza mesmo que doa



Abolição
No coração do poeta
Cabe a multidão
Quem sabe essa praça repleta

Navio negreiro já era
Agora quem manda é a galera
Nessa cidade nação
Cidadão
Abolição

Cirino/Sergio Costa

Pela luz que ilumina

O traçado e a triz
Não importa que seja de giz
Ela é como sempre eu quis
Rua aberta a caminho do mar
Meu amor você vai me encontrar
Numa rua qualquer por aí
Riso largo de tanto sorrir
Peito aberto de tanto de amar

Eu moro em Copacabana

Eu moro em Copacabana
Coração da América
Coração da América do Sul.

Zé Ramalho/Otacílio Batista

Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história que um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Alexandre figura desumana

Fundador da famosa Alexandria
Dominava na Grécia e destruía
Quase toda a população tebana
A beleza atrativa de Roxana
Dominava o maior conquistador
Sendo ela vencida, o vencedor
Entregou-se à pagã mais que formosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Na velhice o sujeito nada faz

A não ser uma igreja que visita
Mas se um dia encontrar mulher bonita
Ele troca Jesus por Barrabás
Lembra logo seu tempo de rapaz
E diz pra ela: "Me ame, por favor"
A resposta que tem é: "Não, senhor
Sua idade passou, deixe de prosa"
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Clodô / Zeca Bahia

Eu sei que existe por ai 

uma andorinha solta
Procurando um verão 

que se perdeu no tempo
Cansou de herói do espaço
E quer a compania de outros pássaros
E que seu coração de ave, 
não agüenta tanta solidão

Eu sei que eu ando por ai, 

sou andorinha solta
E nem sei a estação 

em que estou vivendo
Não quero ser herói de nada
Só quero a compania de outros braços
E que meu coração de homem, 

voa alto como um pássaro

Tom Jobim

Sim, promessas fiz
Fiz projetos
Pensei tanta coisa
E vem o coração
E diz:
"Que só em teus braços, amor
Eu ia ser feliz"...
Eu tenho este amor para dar
O que é que eu vou fazer
Eu tentei esquecer e prometi
Apagar da minha vida este sonho
E vem o coração
E diz:..
"Que só em teus braços, amor
Eu posso feliz"...
Sim, promessas fiz
Fiz projetos
Pensei tanta coisa
E vem o coração
E diz:
"Que só em teus braços, amor
Eu ia ser feliz"...
Eu tenho este amor para dar
O que é que eu vou fazer
Eu tentei esquecer e prometi
Apagar da minha vida este sonho
E vem o coração
E diz:..
"Que só em teus braços, amor
Eu posso feliz"...

Walter Franco

Feito gente, feito fase.
Eu te amei, como pude.
Fui inteiro, fui metade.
Eu te amei, como pude.

Fui a faca e a ferida.
Eu te amei como pude.
Feito bicho que se espanta.
Eu te amei como pude.
Quando chegam a morte e a vida

Feito lixo que se queima.
Eu te amei como pude.
Feito chama quando arde.
Eu te amei como pude.

Fui capacho, já fui lama.
Eu te amei como pude.
Fui herói, fui covarde.
Eu te amei como pude.
Feito a dor que cedo ou tarde.
Eu te amei como pude.
Dói o corpo e dói a alma.

Feito água, feito vinho.
Eu te amei como pude.
Feito mágoa, feito espinho.
Eu te amei como pude.

Fui um poço, pensamento.
Eu te amei como pude.
Fui a calma e a revolta.
Eu te amei como pude.
Fui a vela, fui o vento.
Eu te amei como pude.
A partida foi a volta.


Eu te amei como pude

Asas

Fagner

O que este punhal tem de ave

São as asas da imaginação
A dor voa mas volta sempre
E pousa no meu coração

O que este punhal tem de ave ...


Voa gaivota breve, voa leve

Que o mar tem a alma secreta
Que guarda a carne dos peixes
E a solidão do poeta

Voa gaivota ...

Zé Ramalho

Nada vejo por essa cidade

Que não passe de um lugar comum
Mas o solo é de fertilidade
No jardim dos animais em jejum
Esperando alvorecer de novo
Esperando anoitecer pra ver
A clareza da oitava estrela
Esperando a madrugada vir
E eu não posso com a mão retê-la
E eu não passo de um rapaz comum
Como e corro, trafego na rua
Fui graveto no bico do anum
Vez em quando sou dragão da lua
Momentâneo alienígena
A formiga em viva carne crua
Perecendo e naufragando no mar!

A papoula da Terra do Fogo

Sanguessuga sedenta de calor
Desemboco o canto nesse jogo
Como a cobra se contorce de dor
Renegando a honra da família
Venerando todo ser criador
No avesso de um espelho claro
No chicote da barriga do boi
No mugido de uma vaca mansa
Foragido como Judas em paz
A pessoa que você mais ama
No planeta vendo o mundo girar

E Se...

Francis Hime

E se o oceano incendiar
E se cair neve no sertão
E se o urubu cocorocar
E se o botafogo for campeão
E se o meu dinheiro não faltar
E se o delegado for gentil
E se tiver bife no jantar
E se o carnaval cair em abril
E se o telefone funcionar
E se o pantanal virar pirão
E se o Pão-de-Açúcar desmanchar
E se tiver sopa pro peão
E se o oceano incendiar
E se o Arapiraca for campeão
E se a meia-noite o sol raiar
E se o meu país for um jardim
E se eu convidá-la para dançar
E se ela ficar assim, assim
E se eu lhe entregar meu coração
E meu coração for um quindim
E se o meu amor gostar então de mim

Jackson do Pandeiro

Vige como tem Zé

Zé de baixo, Zé de riba 

Desconjuro com tanto Zé
Como tem Zé lá na Paraíba.
 

Lá na feira é só Zé que faz fervura
Tem mais Zé do que coco catolé
Só de Zé tem uns cem na Prefeitura
Outros cem no comércio tem de Zé
Tanto Zé desse jeito é um estrago
Eu só sei que tem Zé de dar com o pé
Faz lembrar a gagueira de um gago
Que aqui se danou a dizer Zé.

Num forró que eu fui em Cajazeira
O cacete cantou e fez banzé
Pois um "bebo" no meio da bebedeira
Falou mal e xingou a mãe dum Zé
Como tinha só Zé nesse zunzum
Houve logo tamanho rapapé
Mãe de Zé era a mãe de cada um
No salão brigou tudo que era Zé...

É Zé João, Zé Pilão e Zé Maleta
Zé Negão, Zé da Cota, Zé Quelé
Todo mundo só tem uma receita
Quando quer ter um filho só tem Zé
E com essa franqueza que eu uso
Eu repito e se zangue quem quiser
Tanto Zé desse jeito é um abuso
Mas o diabo é que eu me chamo Zé...

Walter Franco

Abra os braços, respíre fundo
E corte os laços todos deste mundo
Com a sua imagem e semelhança
Nos mesmos traços de uma criança

Muito mansa e muito louca
Com a sua voz na minha boca
Há um segundo, Jesus Cristo
Por todos nós, por tudo isso

Walter Franco

Amor, vim te buscar
Em pensamento
Cheguei agora no vento
Amor, não chora de sofrimento
Cheguei agora no vento
Eu só voltei prá te contar
Viajei...Fui prá Serra do Luar
Eu mergulhei...Ah!!!Eu quis voar
Agora vem, vem prá terra descansar

Viver é afinar o instrumento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro

Amor, vim te buscar
Em pensamento
Cheguei agora no vento
Amor, não chora de sofrimento
Cheguei agora no vento
Eu só voltei prá te contar
Viajei...Fui prá Serra do Luar
Eu mergulhei...Ah!!!Eu quis voar
Agora vem, vem prá terra descançar

Viver é afinar o instrumento (de dentro)
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo
Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro

Cartola

Bate outra vez

Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim
Volto ao jardim, na certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti 
Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabes sonhavas meus sonhos
Por fim

Aldir Blanc/Cristovão Bastos



Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Galvão/Moraes Moreira

Enquanto eu corria, assim eu ia 

Lhe chamar enquanto corria a barca 
Por minha cabeça não passava 
Só, só, somente só 
Assim vou lhe chamar, assim você vai ser 
Lá iá lá lá iá, lá lá lá iá, lá iá 
Preta, preta, pretinha  

Abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer  
Eu sou um pássaro que vivo avoando 
Vivo avoando sem nunca mais parar 
Ai,Ai,saudade não venha me matar

Fumo

Fagner 
Em poema de Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos

Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos sao dois velhos, probrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, cheias de carinhos

Os dias são outonos, choram choram

Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos
Invoco nossos sonhos, estendo os braços

É ele, oh meu amor, pelos espaços

Fumo leve que foge entre os meus dedos

Zé Ramalho

Baby!

Dê-me seu dinheiro que eu quero viver
Dê-me seu relógio que eu quero saber
Quanto tempo falta para lhe esquecer
Quanto vale um homem para amar você
Minha profissão é suja e vulgar
Quero um pagamento para me deitar
Junto com você estrangular meu riso
Dê-me seu amor que dele não preciso!

Baby!

Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chegasse ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada me preocupa, de um marginal!

Bumba meu boi  
Adaptação de Raimundo Fagner

Eu estava na ponta da rua

Eu vi a rua se fechar
Eu vi a fumaça da pólvora
Eu vi a corneta bradar

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto do tambor
Com cento e oitenta praça
É amor, é amor, é amor

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto da Bahia
Com cento e oitenta praça
À favor da monarquia

Eu vi Antônio Conselheiro
Lá no alto da favela
Com cento e oitenta praça
E mais de mil parabella

Eu tava na ponta da rua
Eu vi a rua se fechar
Eu vi a fumaça da pólvora
Eu vi a corneta bradar

Pablo Milanés

Muchas veces te dije que antes de hacerlo 

había que pensarlo muy bien
que a esta unión de nosotros 
le hacía falta carne y deseo también
que no bastaba que me entendieras 
y que murieras por mí
que no bastaba que en mis fracasos 
yo me refugiara en ti.

Y ahora ves lo que pasó, al fin nació
al pasar de los años el tremendo cansancio 
que provoco ya en ti.
Y aunque que es penoso lo tienes que decir.

Por mi parte esperaba que un día 
el tiempo se hiciera cargo del fin
si así no hubiera sido 
yo habría seguido jugando a hacerte feliz.
Y aunque el llanto es amargo 
piensa en los años que tienes para vivir
que mi dolor no es menos 
y lo peor es que ya no puedo sentir.

Y ahora tratar de conquistar con vano afán
este tiempo perdido que nos deja vencidos 
sin poder conocer eso que llaman amor para vivir...
...para vivir.

Walter Franco

Tire os pés do chão.
Vamos passear.
Longe da razão.
Sem pressa pra voltar.

É só querer.
Querer buscar.
E não morrer.
E não ficar, só.

Pegue a minha mão.
Vamos viajar.
Tires os pés do chão.
Sem pressa, pra voltar.

É só saber.
Se entregar.
E não morrer.
E não ficar, só.

Marcadores

Seguidores

Tecnologia do Blogger.