Fagner 
Em poema de Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos

Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos sao dois velhos, probrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, cheias de carinhos

Os dias são outonos, choram choram

Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos
Invoco nossos sonhos, estendo os braços

É ele, oh meu amor, pelos espaços

Fumo leve que foge entre os meus dedos