Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina


João Donato/Caetano Veloso/Ronaldo Bastos

Você entrou no trem
E eu na estação
Vendo um céu fugir
Também não dava mais
Para tentar
Lhe convencer
A não partir...

E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação....

E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação...

Você entrou no trem
E eu na estação
Vendo um céu fugir
Também não dava mais
Para tentar
Lhe convencer
A não partir...

E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação....
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação...

Belchior

Meu cordial brasileiro (um sujeito)
me conta o quanto é contente e quente
...Sorri de dente de fora, no leito,
sulamericanamente.

O Senhor não me perdoa
eu não entrar numa boa e
perder sempre a esportiva,
frente a esta gente indecente,
que come, drome e consente;
que cala, logo está viva.

Também estou vivo, eu sei,
mas porque posso sangrar;...
e mesmo vendo que é escuro,
dizer que o sol vai brilhar

com/contra quem me dá duro,
com o dedo na cara,
me mandando calar.

Menina,
ainda tenho um cigarro, 
mas eu posso lhe dar.
Menina,
a grama está sempre verde, 
mas eu quero pisar.
Menina,
a Estrela do Norte não saiu do lugar.
Menina,
asa branca, assum preto, 
sertão não virou mar.
Menina,
o show já começou, 
é bom não se atrasar.
Menina,
é proibida a entrada, 
mas eu quero falar

com/contra quem me dá duro,
com o dedo na cara,
me mandando calar
Que o pecado nativo
é simplesmente estar vivo,
é querer respirar.

Rubi


Alceu Valença/Rubem Valença

Um coração de rubi
Pulsava bem junto ao meu
Brilhavas dentro da noite sem fim
Luz dos olhos meus
Alguém que foge de mim
Por certo já se perdeu
Por trás do espelho de pedras que são
Luz dos olhos meus
Luzes da cidade com seus faróis
São luzes que não ardem como nós
Luzes de outros mares
Outros faróis
Somos dois bandidos
Perdidos na noite

Pablo Milanés 

Del amor estamos hablando,
Por amor estamos haciendo,
Por amor se está hasta matando
Para por amor seguir trabajando.

Que nadie interrumpa el rito,
Queremos amar en paz
Para decir en un grito:
¡cuba va, cuba va!

Quiero abrir mi voz al mundo
Que llegue al último confín
De norte a sur y de este a oeste.
Y que cualquier hombre pueda
Gritar sus propias esperanzas,
Sus heridas, y su lucha
Cuando diga:
¡cuba va!

Puede que algún machete
Se enrede en la maleza,
Puede que algunas noches
Las estrellas no quieran salir.
Puede que con los brazos
Haya que abrir la selva
Pero a pesar de los pesares, como sea
¡cuba va!, ¡cuba va!

Zé Ramalho

Levantam-se bem cedo as meninas

E banham-se no lago de Albarã
Reflete nas bandejas cristalinas
O rosto enrugado da manhã
Um terço da população da terra
Um resto de comida que sobrou
Um preso que fugiu de madrugada
As balas que perseguem o meu amor

De noite acendo a tocha do meu olho

Farol do Cabo-Branco secular
Desato as correntes do meu grito
E falo dos mistérios desse mar
Escuto a gargalhada de Netuno
Que no Atlântico me abrigou
A correnteza louca dessa vida
Me arrasta para bem longe do meu amor
Me arrasta para bem longe do meu amor

José Afonso

Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será p'ra ti
Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar
Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor
Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme qu'inda a noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer

Francis Hime

Era uma vez
Uma floresta
Cheia de festa
E balangandã

Na noite fresca
Carnavalesca
Brilhava
A estrela
Aldebarã

E nas quebradas
Da madrugada
Toda menina
Era cunhã

Um belo dia
Uma menina
Achou no mato
Uma maçã

Olhou a fruta
Meio de banda
Como se fosse
Coisa malsã

Deu uma dentada
Meteu o dente
E de repente
Tchan-tchan
Tchan-tchan

Ouviu na mata
A voz possante
E extravagante
Do Deus Tupã
Que então
Lhe disse:

"Mas que tolice
Minha menina
Minha cunhã
Uma maçã
É uma maçã
É uma maçã
É uma maçã
É uma maçã"
E a menina
Foi pra gandaia
Cantarolando
Cubanacan

Uma maçã
É uma maçã
É uma maçã
É uma maçã
É uma maçã"
E a menina
Foi pra gandaia
Cantarolando
Cubanacan

Fagner

Na aventura de um pensamento
Que faz pensar que toda pedra voa
Na solidão de um coração gemendo
Quem chora triste nunca ri, à toa

E saberá o peso do tormento

Encontrará toda novilha boa
E pelos campos quem virá
Alegre quer dizer
Na vida todo dia passará
Louco quem virá ardendo de amor...

Chico Buarque

Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri

A Paz

Gilberto Gil/João Donato

A Paz!

Invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não
Me enterro mais...

A Paz!
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino
A Paz!
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão na paz...

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz...

Eu vim!
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"...

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz...

Eu vim!
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"... A Paz!
Invadiu o meu coração!
A Paz!
Fez o mar da revolução!


Alcino Correa/Monarco

Eu quis te dar
Um grande amor
Mas você não
Se acostumou
À vida de um lar
O que você quer é vadiar...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)
(Eu quis te dar!)
Eu quis te dar
Um grande amor
Mas você não
Se acostumou
À vida de um lar
O que você quer é vadiar...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)
Agora!
Não precisa se preocupar
Se passares da hora
Eu não vou mais te buscar
Não vou mais pedir
Nem tão pouco implorar
Você tem a mania
De ir prá orgia
Só quer vadiar
Você vai prá folia
Se entrar numa fria
Não vem me culpar
Vai Vadiar!...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)

Quem gosta da orgia
Da noite pro dia
Não pode mudar
Vive outra fantasia
Não vai se acostumar
Eu errei quando tentei
Lhe dar um lar
Você gosta do sereno
E meu mundo é pequeno
Prá lhe segurar
Vai procurar alegria
Fazer moradia na luz do luar
Vai Vadiar!...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)

(Eu quis te dar!)
Eu quis te dar
Um grande amor
Mas você não
Se acostumou
À vida de um lar
O que você quer é vadiar...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)

Agora!
Não precisa se preocupar
Se passares da hora
Eu não vou mais te buscar
Não vou mais pedir
Nem tão pouco implorar
Você tem a mania
De ir prá orgia
Só quer vadiar
Você vai prá folia
Se entrar numa fria
Não vem me culpar
Vai Vadiar!...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)

Quem gosta da orgia
Da noite pro dia
Não pode mudar
Vive outra fantasia
Não vai se acostumar
Eu errei quando tentei
Lhe dar um lar
Você gosta do sereno
E meu mundo é pequeno
Prá lhe segurar
Vai procurar alegria
Fazer moradia na luz do luar
Vai Vadiar!...

Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)

Galvão/Moraes Moreira

Entre o passo e a conseqüência
Eu de a, de a... djetivos

Por todos os ladrilhos pisados, 
passados
Passando de risco a traço
Pra ser caminho
Mil laços de caminhos

Não vejo outro circuito 
das luzes da minha terra
As luzes são de fogo, aroma e tocha!
As dúvidas e falas tranquilas 

na palma da minha mão
Eu vou por cima, das minas, 

das minas do Rei Salomão
Não vejo um longo circuito 
das luzes da minha terra
As luzes são de fogo, aroma e tocha
As dúvidas embalam tranquilas 

na palma da minha mão
(Eu vou!)
Eu vou por cima, das minas, 

das minas do Rei Salomão

Belchior

Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez
A tua mão
Um gole de conhaque
Aquele toque em teu cetim
Que coisa adolescente
James Dean...

Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez
A tua mão
Não fico mais nervoso
Você já não grita
E a aeromoca, sexy
Fica mais bonita...

Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez
A tua mão
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand...
Yeh, Yeh, Yeh!

Antonio Carlos/Jocafi


Eu tenho cá minhas razões
Pra abandonar
Esse carinho mal arrumado

Naturalmente nem pensou
Que o nosso amor
Anda vencido e protestado

Cheguei a triste conclusão
Dessa união
E aposentei os meus agrados

Abasteceu de ingratidão
Um coração
Tremendamente apaixonado
Minhas razões

Eu tenho cá minhas razões
Pra abandonar
Esse carinho mal arrumado

Naturalmente nem pensou
Que o nosso amor
Anda vencido e protestado

Cheguei a triste conclusão
Dessa união
E aposentei os meus agrados

Abasteceu de ingratidão
Um coração
Tremendamente apaixonado
Minhas razões

Eu tenho cá minhas razões
Pra abandonar
Esse carinho mal arrumado

Naturalmente nem pensou
Que o nosso amor
Anda vencido e protestado

Cheguei a triste conclusão
Dessa união
E aposentei os meus agrados

Abasteceu de ingratidão
Um coração
Tremendamente apaixonado
Minhas razões

Eu tenho cá minhas razões
Pra abandonar
Esse carinho mal arrumado
Naturalmente nem pensou
Que o nosso amor
Anda vencido...

Antonio Carlos/Jocafi

Posso dizer que esse amor, 
foi bom enquanto durou
Hoje em mim e visivel as marcas de dor 

por sofrer um desamor
Meu coração me deixou feito bobo 

diante de uma paixão
Que acabou de repente e 

despreparado eu fiquei na mão
Nunca pensei que voce fosse t
ão cruel assim
Voce bem sabia que eu te amava 

e morria de amores por ti
Voce simplesmente deixou um recado 

dizendo eu te descurti
Foi embora e nem sequer 

me esperou pra se despedir
Bobo meu coração e bobo
ele nao aprende o tal jogo do amor

Uh, chorei e nem sei se poderei resistir
Viver sem ter seu calor
vou levantar a cabeça e 

assim me livrar dos espinhos
Que fere o coração daqueles 

que acreditam no amor
Ah eu me entreguei como um louco
O que eu sofri não foi pouco
Mas vou procurar quem me ame
Pois meu coração n
ão vive sem paixão
Por que ele e
Bobo meu coração....

Petrucio Maia /Brandão

No quintal por trás de casa
Tem um pé de sonho
Que não para de florar
Florar a noite inteira
Cada sonho seu
Me faz sorrir e até cantar

Rua do Ouro, uma rua
Senhora nada adorada
Não é uma rua
É uma estrada
Cheia de casa do lado
Deixa eu falar desta rua
Que ninguém pode entender
Deixa eu dizer que ela é cheia
De ouro mas ninguém vê

Maria, Mariazinha, que outro dia se foi
Saiu cantando na estrada
Voltou chorando depois
Hoje ela canta sozinha
Chamando pelo luar
Hoje ela chora baixinho
Que é pra ninguém escutar

Que olhar escondes o viço
Dos teus olhos já sem cor
Também só tenho dois braços
Posso colher uma flor
Posso plantar uma rua
Na estrada que vês agora
Posso seguir pela estrada
Quando for chegada a hora


Almir Sater/
Paulo Simões

Paixões que não desaguam no prazer
São rios que cansei de percorrer
Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem
Lições que não nos levam ao saber
São livros que desisto de reler
Histórias assim nem começam nem tem fim
Nem é bom ou ruim

Tanto que choveu
Tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Água que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Momentos que se vivem uma vez
São ventos a soprar por sobre as leis
Desejo não dói mas por dentro corrói
Valentia de herói
Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem 

Tanto que choveu
Tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Água que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Jackson do Pandeiro

Convidei a cumadre Sebastiana

Pra dançar um xaxado lá na Paraíba

Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba


Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba


E gritava:
A-E-I-O-U-Ypsilone


E gritava:
A-E-I-O-U-Ypsilone


Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Eu puxei Sebastiana pelo braço
E gritei:
Não faça sujeira!


O xaxado rolou a noite inteira
Sebastiana nem veio mais pra casa


E gritava:
A-E-I-O-U-Ypsilone


E gritava:
A-E-I-O-U-Ypsilone

Antonio Carlos e Jocafi

Adeus, namorada
Que, encabulada, pediu licença e saiu
Adeus, madrugada
Que, encabulada, pediu licença e partiu
Ah! Você tem manias de segredo
Se empolgou e fez brinquedo
Se enturmou no desamor
Ah! Você, com esse amor mal assombrado,
Já não vale os meus trocados

Belchior

Estava mais angustiado 

que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim 

como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu 

disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda 

que um encontro casual
Aí um analista amigo meu 

disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda 

que um transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela 

noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo 

sim à paixão morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu, 

pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana 

onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, 

certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo 

e algum modo de dizer não
Eu canto


Luís Guedes/Thomas Roth

tem uns olhos de criança
nos cabelos raios de luar
o mistério da sereias
me levou pro fundo do mar
tenho um toque de princesa
na cabeça brinca um sonho azul
na magia das estrelas
ilumina o céu de norte a sul

você é chuva de vento
rodamoinho, carrossel
viaja em meu pensamento
feito uma pipa de papel jornal
pois a cigana, bola de cristal

tenho um toque de princesa
nos cabelos raios de luar
na magia das estrelas
me levou pro fundo do mar

tenho uns olhos de criança
na cabeça brinca um sonho azul
o mistério das sereias
ilumina o céu de norte a sul


Ruy Guerra/Chico Buarque

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava

Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço

Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva

Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes

Fagner

Tu és a maravilha singular
Do lugar
O céu, a terra, o mar
És o lugar
Quem te ensinou a ser
O céu e o mar
A me guiar, e descansar
E trabalhando sei o meu lugar
O chão, o ar
O lugar

Gilberto Gil

Oh meu amigo, meu herói
Oh como dói saber que a ti também corrói
A dor da solidão
Oh meu amado, minha luz
Descansa tua mão cansada sobre a minha
Sobre a minha mão
A força do universo não te deixará
O lume das estrelas te alumiará
Na casa do meu coração pequeno
No quarto do meu coração menino
No canto do meu coração espero
Agasalhar-te a ilusão
Oh meu amigo, meu herói
Oh como dói
Oh como dói


Atahualpa Yupanqui

Duerme duerme negrito
Que tu mama 'ta en el campo negrito
Duerme duerme mobila
Que tu mama 'ta en el campo mobila

Te va trae' codornices para ti
Te va trae' rica fruta para ti
Te va trae' carne de cerdo para ti
Te va trae' muchas cosas para ti
Y si negro no se duerme
Viene el diablo blanco y zas! ...
Le come la patita chicapumba
Chicapumba apumba chicapum ...

Duerme duerme negrito
Que tu mama 'ta en el campo negrito

Trabajando
Trabajando duramente
Trabajando si
Trabajando y va de luto
Trabajando si

Trabajando y no le pagan
Trabajando si

Trabajando y va tosiendo
Trabajando si

Pa'l negrito chiquitito
Pa'l negrito si

Trabajando si
Trabajando si

Duerme duerme negrito
Que tu mama 'ta en el campo negrito

Negrito ... Negrito ...

Zé Ramalho/Alceu Valença

As borboletas estão voando

A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
Só quer voar
Avoar!

As borboletas estão girando

Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
Só quer girar… Não caia!

As borboletas estão invadindo

Os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar

Derrubam janelas e portas de vidro

Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris se sabe o que é....
Se sabe o que é.... se sabe o que é!

Cristiano Fagundes

Eu nem sei dizer o que senti
Quando eu acordei e não lhe vi
Confesso que chorei
Não suportei a dor
É doloroso se perder um grande amor
Mais alucinado eu fiquei
Quando li o bilhete que encontrei
Estava escrito num papel de pão
Foi o que arrasou meu coração
Ainda me lembro bem
Estava escrito assim
Não me procure nosso amor
Chegou ao fim, ao fim

Rodolfo Aureliano/Tito Livio


O meu cavalo dos arreios prateados
E a namorada, muito amada, agarrada na garupa
Me protegendo dos malefícios da vida
E agarrada, muito amada, na garupa do cavalo


Iê, iê... arreio de prata, uou, uou eu todo prateado
Muita boiada, muita cerca colocada
E as meninas proibidas de fazer amor mais cedo
E o meu cavalo e a sua égua malhada
Fazendo amor no terreiro da morada das meninas


E relinchavam, pois gozavam liberdade
E as meninas não podiam nem gozar da vaidade
E as meninas até sonhavam com a cidade
E com os rapazes que por ventura encontrassem
E olhavam tanto para o meu cavalo |
se imaginavam éguas e eu todo prateado
e olhavam tanto tanto para meu cavalo 

se imaginavam éguas e eu todo prateado.

Fito Páez

Me gusta estar a un lado del camino
fumando el humo mientras todo pasa
me gusta abrir los ojos y estar vivo
tener que vérmelas con la resaca
entonces navegar se hace preciso
en barcos que se estrellen en la nada
vivir atormentado de sentido
creo que ésta, sí, es la parte mas pesada

en tiempos donde nadie escucha a nadie
en tiempos donde todos contra todos
en tiempos egístas y mezquinos
en tiempos donde siempre estamos solos
habrá que declararse incompetente
en todas las materias de mercado
habrá que declararse un inocente
o habrá que ser abyecto y desalmado
yo ya no pertenezco a ningún istmo
me considero vivo y enterrado
yo puse las canciones en tu walkman
el tiempo a mi me puso en otro lado
tendré que hacer lo que es y no debido
tendré que hacer el bien y hacer el daño
no olvides que el perdón es lo divino
y errar a veces suele ser humano

no es bueno hacerse de enemigos
que no estén a la altura del conflicto
que piensan que hacen una guerra
y se hacen pis encima como chicos
que rondan por siniestros ministerios
haciendo la parodia del artista
que todo lo que brilla en este mundo
tan sólo les da caspa y les da envidia
yo era un pibe triste y encantado
de Beatles, caña Legui y maravillas
los libros, las canciones y los pianos
el cine, las traiciones, los enigmas
mi padre, la cerveza, las pastillas los misterios el whiskymalo
los óleos, el amor, los escenarios
el hambre, el frío, el crimen, el dinero y mis 10 tías
me hicieron este hombre enreverado

si alguna vez me cruzas por la calle
regálame tu beso y no te aflijas
si ves que estoy pensando en otra cosa
no es nada malo, es que pasó una brisa
la brisa de la muerte enamorada
que ronda como un ángel asesino
mas no te asustes siempre se me pasa
es solo la intuición de mi destino
me gusta estar a un lado del camino
fumando el humo mientras todo pasa
me gusta regresarme del olvido
para acordarme en sueños de mi casa
del chico que jugaba a la pelota
del 49585
nadie nos prometió un jardín de rosas
hablamos del peligro de estar vivo
no vine a divertir a tu familia
mientras el mundo se cae a pedazos
me gusta estar al lado del camino
me gusta sentirte a mi lado
me gusta estar al lado del camino
dormirte cada noche entre mis brazos
al lado del camino
al lado del camino
al lado del camino
es mas entretenido y mas barato
al lado del camino
al lado del camino

Adriana Calcanhotto


Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...(2x)
Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...
Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...

Pablo Milanés

Negro como el comienzo de nuestro hermoso amor,
Blanco como el destino que te di,
Negro como los signos que favorecen
Ser blanco de los besos que merecí.

Blanco como el azote de nuestro siglo, amén

Negro como el disparo que me mató
Blanco como la noche que acabará
Negro cual mi bandera para la paz.

Blanco y negro resumen nuestro dolor

Negro y blanco nos unen para empezar
A limpiar la blancura que en su lugar
Dejará todo lo negro para el amor.

Háblame de colores alrededor de ti

Del color de las flores que un día te di
Cuida que mis amores no se destiñan
Caleidoscopio eterno para vivir feliz

José Maria Giroldo

Sexta-feira é dia útil, 

e eu quero explodir meu ser
De manhã num campo aberto.
E o vermelho trilha o negro, 
e a bandeira do cansaço,
Já descia o meio fio.
Rompo em círculos o tempo, 
tiro um "flash" desta mente,
Carcomida na semana.
Conto areia da ampulheta, 
descortindo violetas,
Para clarear o branco.
Coberto de poeira, 
ergo a voz a quem me queira,
Trago orvalho nos meus olhos,
O que eu quero é descansar.
Vejo a vida em minha frente, 
o vermelho do poente,
Frente a mim o meu passado.
Frente a mim o meu futuro, 
de dois sois e duas luas
Prá que eu possa me perder nas ruas.

Fito Páez

Hay que salir a pelear,
Hay que salir a luchar,
Hay que volver a encontrar
Todas las cosas divinas,
Defender el lugar.
Tenés que hacerte valer,
No sos un trapo de piso,
Vos decidís un país,
Podés cambiar este gris
Ahora o no lo hacés más.

Es el momento mi amor,
Es un momento crucial,
Hay que salir al sol.

Yo no me banco el dolor
Que me cargan en la espalda,
Despiértense de una vez
Y no me hagan a mí
Sentir lo que no se bancan.

Conéctense de una vez
Y van a ver que es posible,
Despiértense de una vez,
Algo hay que volver a hacer
En este puto lugar.

Alguna vez en la vida, amor
Vamos a volver a hablar,
Hay que volver a empezar,
Hay que volver a soñar,
Hay que volver a sentir
Que no se puede vivir
Sin esa poca de sal.

El odio me hace sentir
A los cretinos de siempre
Pero yo puedo cambiar
El odio por libertad
También me asusta y me pierde.

Hay que salir a pelear,
Hay que salir a luchar
Hay que volver a encontrar
Todas las cosas divinas,
Defender el lugar.

Hay que salir al sol.


Hamlet Lima Quintana /Ambros- Rosale

Romperá la tarde mi voz

hasta el eco de ayer
voy quedándome sólo al final
muerto de sed, harto de andar
pero sigo creciendo en el sol, vivo

era el tiempo viejo la flor

la madera frutal
luego el hacha se puso a golpear
verse caer, sólo rodar
pero el árbol reverdecerá, nuevo

Al quemarse en el cielo la luz del día, me voy

con el cuero asombrado me iré
ronco al gritar que volveré
repartido en el aire al gritar, siempre

Mi razón no pide piedad

se dispone a partir
no me gusta las muerte ritual
sólo dormir, verme borrar
una historia me recordará, vivo

veo el campo, el fruto, la miel

y estas ganas de amar
no me puede el olvido vencer
hoy como ayer, siempre llegar
en el hijo se puede volver, nuevo

Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

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