Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

Zé Ramalho

A sombra que me move

Também me ilumina
Me leve nos cabelos
Me lave na piscina
Em cada ponto claro
Cometa que cai no mar
Em cada cor diferente
Que tente me clarear
É noite que vai chegar
É claro que é de manhã
É moça e anciã

O pelo do cavalo

O vento pela crina
O hábito no olho
Veneno lamparina
Debaixo de sete quedas
Querendo me levantar
Debaixo de teus cabelos
A fonte de se banhar
É ouro que vai pingar
Na prata do camelô
É noite do meu amor

É noite que vai chegar

É claro que é de manhã
É moça e anciã

Rodger Rogério/Fausto Nilo

Ai meu coração sem natureza
Vê se estanca essa tristeza 

que ilumina o escuro lar
O nosso amor é um escuro lar
Suspiro azul das bocas presas

O medo em minha mão 

que faz tremer a tua mão
Transpassa o coração, 

joga fumaça em meu pulmão
Silente esquina no Brasil
Nos verdes mares, calma lama, 

num desespero sem canção

Guarda o teu olhar de ave presa
Na toalha de uma mesa
Sem mirar a luz do sol, 

não há calor na luz do sol
O fim da festa é uma certeza

Te vejo em minha vida 

como um retrato marrom
São lembranças perdidas de um passado, 

e tudo bom
Brilha um punhal em teu olhar
Sinto o veneno do teu beijo

Era moderno o meu batom, 

batom, batom, batom ...

Pablo Milanés


Siento que todo está cambiando a nuestro alrededor

Respiro un aire cada vez mejor
Que exalta el grito de mi corazón
Hacia esta región.

Me he despertado susurrando una nueva canción

Y mi ventana se llenó de sol
Salgo a buscar el hecho y la razón
De tanta emoción.

América despierta nuevamente

Y no es que sea feliz su despertar
Pero es que esta mañana se le advierte
Su decisión unida de luchar.

No dejará al destino y a la suerte

La deuda que le tienen que pagar
Si enriqueció otras vidas con su muerte
Hoy renace y al fin ha echado a andar.

Me he despertado susurrando una nueva canción

Y mi ventana se llenó de sol
Salgo a buscar el hecho y la razón
De tanta emoción.

Buenas, buenos días, América,

¿cómo estás?
Muy buenas.
Buenos días, América,
Buenos días, ¿cómo está usted?

Buenos días, Brasil, mi gigante,

Cuánto tiempo sin ti, adelante.
Nicaragua sin Somoza
Sigue más hermosa que ayer.
Haití, la negra, llorando está.

Colombia, Ecuador, Uruguay, Venezuela, Argentina

Van creciendo para hacerlo mejor.
Una larga fila de árboles gigantes
Contra el viento del norte, brutal y arrogante.

Mientras le imploro y lo adulo

Me ha de coger por el cuello.

América mía,

Nos va aquí la vida para crecer.
La unión de la dignidad
Genera la libertad, de una vez.

Colombia, Ecuador, Uruguay, Venezuela, Argentina

Van creciendo para hacerlo mejor.

Me he despertado susurrando una nueva canción

Y mi ventana se llenó de sol
Salgo a buscar el hecho y la razón
De tanta emoción.

José Henrique Sarabia Rodrigues
Versão : Fagner / Fausto Nilo


Ansiedade

De ter-te em meus braços
Murmurando palavras de amor
Ansiedade
De ter os teus encantos
E tua boca voltar a beijar

Quem sabe estão chorando
Meus pensamentos
As lágrimas são pérolas
Que caem no mar
O eco adormecido
Desse meu lamento
Te fez estar presente
No meu sonhar

Quem sabe estás chorando
Ao recordar-me
E aperte o meu retrato com frenesi
E chegue ao teu ouvido
A melodia selvagem
Que é toda essa tristeza de estar sem ti

Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão

Espalho coisas sobre um chão de giz
Ah, meros devaneios tolos a me torturar!
Fotografias recortadas em jornais de folhas, 

amiúde…
Eu vou te guardar num pano de jogar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, 

uma camisa de força ou de vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, 

gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão, 

na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that’s over baby! 

Freud explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, 

já passou meu carnaval
E isso explica por que o sexo é assunto popular.
No mais estou indo embora, 

no mais estou indo embora
No mais...

Cartola

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai 

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim


Fagner / Ricardo Bezerra


É, satisfeito da nova conquista
É, muito alegre de tanto te amar
Você só pensando na vida e nos saltos
Você só olhando no jeito meus passos
Como que me perguntasse
O que mais eu queria
Porque tudo acabava em silêncio
Eu te juro
Mas meu cigarro iluminava
Tua face quase triste de amar

Amei, eu amei, mas faz de conta

Que a vida é isto mesmo
Porque tudo acabava em silêncio
Eu te juro
Eu passei a vida esperando
E sem ela minha vida ia passar
Mas sei que a gente expande um tempo inútil
E a sorte
Quando esta chega não há quem segure
Então vou fazer-te uma promessa
Outro dia a gente vai se encontrar.

Jackson do Pandeiro

Se tutano fortalece

Eu vou correndo
Procurar um matadouro
Vou à procura de tutano
Pra me lembrar
Do meu tempo de namoro

Me disse um velho
Que tutano todo dia
Traz caloria pra o homem de quarenta
E prá mulher que tiver desanimada
Ficará mais assanhada
Do que molho de pimenta

Essa receita veio caída do céu
Vou de tutano prá outra lua de mel

Ivan Lins

Preparei minhas mãos de afeto
Pra esse rapaz encantado
Pra esse rapaz namorado
O mais belo capataz de todos
Os cafezais
O mais belo vaqueiro de todos
Os cerrados.

Eu tinha um ombro de algodão

Pra ajeitar seu sono
Eu tinha uma água morna
Pra lavar o seu suor
E o meu corpo uma fogueira
Pra esquentar seu frio
E minha barriga livre
Pra gerar seu filho.

Preparei minhas mãos de afeto

Pra esse rapaz encantado
Pra esse rapaz namorado
Que partiu pra nunca mais
Traído nos cafezais
E os seus olhos roubaram o
Verde dos cerrados
E os meus olhos lavaram
Todos os meus pecados

Vander Lee

Bom dia
Como estar vivo é bom
Sorria
Todos têm esse dom
Deixa eu cantar pra ti
Deixa eu dançar no seu salão
Varrer o seu quintal
Colocar seus pés no chão
Molhar o seu jardim
E preparar seu pão
Sorriso de maçã com beijos de melão

Andar a pé, deixar fluir a fé num velho novo dia
Em que estar vivo é bom
Magia
Deixa rolar o som

Deixa eu cantar pra ti
Deixa eu dançar no seu salão
Varrer o seu quintal
Colocar seus pés no chão

Nos lábios da manhã, palavras de algodão
E flores de romã no seio da canção
Quero te ver dormir e acordar
Ver que viver nunca é em vão, nunca é em vão

Fadas no jardim, pragas no capim
Tudo quer brincar dentro de mim
Vento, boi da cara preta
Vai ninando as roupas brancas no varal
Diz o querubim
Que venha tocar na minha corda vocal
Que me dê matéria prima
Que eu te faço aquela rima colegial
Poemas semeados no jardim da infância
Regados pelo fogo do desejo
Subindo pela rua, crescendo no muro
Vem me colorindo o futuro como um beijo?


Eduardo Gudin/Ana Caram

Qual o caminho dessa canção

na intenção de amanhecer
os primeiros acordes vão
na escuridão aparecer
o primeiro sinal de luz
vem das janelas de um sonhador
a esperança que vem
da real ferramenta
de todo trabalhador.
Qual o sentido dessa oração
que tantos vão logo acolher
outras luzes se acenderão
religião de conviver
o ofício de se sorrir
no compromisso de repartir
o anseio constante, de um sonho distante
que tema em resistir.
Quem sabe, se vivendo se desafia
a incerteza que espalha nas veias
as malhas da teia que prende o olhar.
Quem sabe se vivendo, se denuncia
longa espera das mãos madrugada
de inverno eterno ensaio do dia.
Qual é o hino da multidão
que emoção o socorreu
de que jeito em que condição
a ilusão sobreviveu
nossa gente a se procurar
na esperança sempre terá
a rival companeira
feliz traiçoeira
maneira de se encontrar...

Para Mario Marins (sabe tudo!!)


Fagner/Dedé Evangelista

Céu de vidro azul fumaça
Quatro Graus de latitude
Rua estreita, praia e praça
Minha arena e ataúde

Não permita Deus que eu morra

Sem sair desse lugar
Sem que um dia eu vá embora
Pra depois poder voltar

Quero um dia ter saudade

Desse canto que eu cantei
E chorar se der vontade
De voltar prá quem deixei
De voltar prá quem deixei.  


Para Mario Marins

Zé Ramalho

Um velho cruza a soleira

De botas longas, de barbas longas, 

de ouro o brilho do seu colar
Na laje fria onde coarava sua camisa 

e seu alforje de caçador
Oh meu velho e invisível Avôhai
Oh meu velho e indivisível Avôhai
Neblina turva e brilhante em meu cérebro, 

coágulos de sol
Amanita matutina e que 

transparente cortina ao meu redor
Se eu disser que é meio sabido 

você diz que é meio pior
É pior do que planeta quando perde o girassol
É o terço de brilhante nos dedos de minha avó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira 

que nunca dormia só, 
Avôhai

O brejo cruza a poeira

De fato existe um tom mais leve 

na palidez desse pessoal
Pares de olhos tão profundos 

que amargam as pessoas que fitar
Mas que bebem sua vida sua alma 

na altura que mandar
São os olhos, são as asas, cabelos de Avôhai
Na pedra de turmalina 

e no terreiro da usina eu me criei
Voava de madrugada 

e na cratera condenada eu me calei
Se eu calei foi de tristeza, 

você cala por calar
E calado vai ficando 

só fala quando eu mandar
Rebuscando a consciência 

com medo de viajar
Até o meio da cabeça do cometa
Girando a carrapeta no jogo de improvisar
Entrecortando eu sigo dentro a linha reta
Eu tenho a palavra certa 

pra doutor não reclamar
Avôhai, Avôhai, Avôhai

Fagner
Baseado no poema "Marcha" de Cecília Meirelles



Quando penso em você

Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos

Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã

Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem 

me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato

Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um toco sozinho ...
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração

A Voz

Vander Lee

Saiam luas, desçam rios
Virem páginas dos pensamentos
Lanço estrelas do meu canto
Sobre as camas dos apartamentos
Virem mares todos os sertões
Que choram pedras aqui
Dentro
Pra esse fogo que queima tão lento
Vento, vento, vento
Aos cantores nos televisores
Flores, flores, flores
Para o povo la em bocaiúva
Chuva, chuva, chuva, chuva,chuva

Bate tambor de criôla

Sangra o dedo no tambor
Que as crianças ainda cantam
Numa orquestra de cavacos
E os velhos ainda choram seus bordões
Que palavras sejam gestos
Gestos sejam pensamentos
Da voz que move nossos corações.

Walter Franco

Se o seu olho é manso.
O seu corpo é luminoso.
Se eu canto e danço.
Sou mais lindo e formoso.

João Bá


Interpretação de Danielle Bomfim - Voz e Violão


Menino vem brincar no mar
Oh! mar vem lavar pé de menino
Menino vem brincar no mar
Oh! mar vem lavar pé de menino
Eu vi as ondas brincando de pega-pega
Levar as águas do riacho cristalino
Eu vi menino vir brincar no mar
Oh! mar vem lavar pé de menino
Menino vem brincar no mar
Oh! mar vem lavar pé de menino
As gaivotas vão fazendo suas rondas
O sol levanta vento leste me incendeia
No chão da praia vou guardar a minha raia
E construir o seu castelo de areia
Menino vem brincar no mar
Oh mar vem lavar pé de menino

Walter Franco

Lá vai uma vela aberta
Se afastando pelo mar
Branca visão que desperta
Anseios de navegar
Meus olhos seguem a vela
Pela vastidão do mar
Ainda se torna mais bela
Na expressão do teu olhar
Expressão vaga e perdida
Que eu nem sei como explicar
Nela vejo refletida
Toda beleza do mar
Quero os horizontes novos
Que ele vai me ofertar
Sou irmão dos outros povos
Que estão para além do mar

Vander Lee

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito


Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações

Walter Franco

Não me pergunte
Não me responda
Não me procure
E não se esconda
Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada
Me deixe mudo
Seja num canto
Seja num centro
Fique por fora
Fique por dentro
Seja o avesso
Seja a metade
Se for começo
Fique à vontade

Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores 
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores 
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho 
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim


Tom Jobim/Vinícius de Moraes

Vai minha tristeza,
e diz a ela que sem ela não pode ser,
diz-lhe, numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso Mais sofrer.
Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca,
dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver sem mim

Vital Farias

Era casa era jardim
Noites e um bandolim
Os olhares na varanda
E um cheiro de jasmim
La ra la ra la ra la ra la ra

Era um telhado e um pombal
Melodia e madrigal
E ninguém nem percebia
Que o real e a fantasia se separam no final
La ra la ra la ra la ra la ra

Nunca mais se abriu janela prá ver donzela
Tão linda tão bela
Nem nunca mais barco a vela ou caravela
Canções de amor
Muita música

Hoje no céu um punhal
Uma canção marginal
Rasgando o poema e o peito
E todo sonho desfeito sem ninguém poder sonhar
La ra la ra la ra la ra la ra

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