Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

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Jorge Mautner/Nelson Jacobina

 

Atrás do arranha-céu tem o céu, tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva tem a chuva, tem a chuva
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las


No meio da couve-flor tem a flor, tem a flor
Que além de ser uma flor tem sabor
Dentro do porta-luva tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras 

e tão afiadas se esqueceu de por

No fundo do pára-raio tem o raio, tem o raio
Que caiu da nuvem negra do temporal
Todo quadro-negro é todo negro, é todo negro
E eu escrevo o seu nome nele 

só pra demonstra o meu apego

O bico do beija-flor beija a flor, beija a flor
E toda a fauna e a flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte tem arte, tem arte
E aqui passa com raça eletrônico maracatu atômico

 

Jorge Mautner/Zé Ramalho

 

Nem toda nota é um tom
Nem toda luz é acesa
Nem todo o belo é beleza
Nem toda pele é vison
Nem toda bomba é bombom
Nem todo gato é do mato
Nem todo quieto é pacato
Nem todo o mal é varrido
Nem todo preso é comido
Nem todo queijo é do rato

Nem toda a estrada é caminho
Nem todo o trilho é do trem
Nem todo longe é além
Nem toda ponta é espinho
Nem todo beijo é carinho
Nem todo talho é um corte
Nem toda estrela é do norte
Nem todo o ruim é do mal
Nem todo ponto é o final
Nem todo fim é a morte

Nem todo o rei é bondoso
Nem todo rico é feliz
Nem todo chão é um país
Nem todo sangue é honroso
Nem todo grande é famoso
Nem todo sonho é visão
Nem todo pique é passão
Nem todo o mundo é planeta
Nem toda pena é caneta
Nem todo certo é razão
Nem toda pena é caneta
Nem todo certo é razão

Caetano Veloso


Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Jorge Mautner


Eu quero ser como a locomotiva

Para atropelar você
Fazendo tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc... tchiuí
Por todos os campos, em todos os cantos
Vendo as flores a nascer

Eu quero ser como um gato do mato
Que vive só miando
Fazendo miau, miau, miau, miau, miau...
Chorando acordado, chorando dormindo
Chorando cantando

Eu quero ser como um triste vampiro
Voando pela cidade
Fazendo vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum...
Com minha capa sombria, com a mente tão fria
Atrás da felicidade

Eu quero ser como a serpente da água
Que vive só na mágoa
Fazendo pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss...
Comendo a uva, bebendo a chuva
Que do céu deságua

Eu quero ser como um telefone de plástico
Pra ligar só pra você
Fazendo trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim...
Alô, alô, quem fala? É o meu grande amor?
Vou saindo pra te ver

Eu quero ser como uma tv colorida
Pra mostrar todas as cores
Fazendo miummm, miummm, miummm, miummm...
Num programa de beijos, de loucos desejos
E de loucos amores

Eu quero ser como um chiclé de bola
Pra estourar na sua boca
Fazendo ploft, ploft, ploft, ploft, ploft, ploft...
Vivendo contente, grudando no seu dente
Ai, que coisa mais louca

Eu quero ser como um carro de praça
Levando a multidão
Fazendo fón, fón, fón, fón, fón, fón... rrrrrrr... fón, fón...
Com o corpo cansado, com o breque quebrado
Na avenida São João

Eu quero ser como um riso de amor
Na boca de um anjo
Fazendo hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã...
Em cimas das nuvens, ao lado de Deus
Tocando o meu banjo

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