A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina
Atrás do arranha-céu tem o céu, tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva tem a chuva, tem a chuva
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las
No meio da couve-flor tem a flor, tem a flor
Que além de ser uma flor tem sabor
Dentro do porta-luva tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras e tão afiadas se esqueceu de por
No fundo do pára-raio tem o raio, tem o raio
Que caiu da nuvem negra do temporal
Todo quadro-negro é todo negro, é todo negro
E eu escrevo o seu nome nele só pra demonstra o meu apego
O bico do beija-flor beija a flor, beija a flor
E toda a fauna e a flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte tem arte, tem arte
E aqui passa com raça eletrônico maracatu atômico
Nem toda nota é um tom
Nem toda luz é acesa
Nem todo o belo é beleza
Nem toda pele é vison
Nem toda bomba é bombom
Nem todo gato é do mato
Nem todo quieto é pacato
Nem todo o mal é varrido
Nem todo preso é comido
Nem todo queijo é do rato Nem toda a estrada é caminho
Nem todo o trilho é do trem
Nem todo longe é além
Nem toda ponta é espinho
Nem todo beijo é carinho
Nem todo talho é um corte
Nem toda estrela é do norte
Nem todo o ruim é do mal
Nem todo ponto é o final
Nem todo fim é a morte Nem todo o rei é bondoso
Nem todo rico é feliz
Nem todo chão é um país
Nem todo sangue é honroso
Nem todo grande é famoso
Nem todo sonho é visão
Nem todo pique é passão
Nem todo o mundo é planeta
Nem toda pena é caneta
Nem todo certo é razão
Nem toda pena é caneta
Nem todo certo é razão
Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
Eu quero ser como a locomotiva Para atropelar você Fazendo tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc... tchiuí Por todos os campos, em todos os cantos Vendo as flores a nascer
Eu quero ser como um gato do mato Que vive só miando Fazendo miau, miau, miau, miau, miau... Chorando acordado, chorando dormindo Chorando cantando
Eu quero ser como um triste vampiro Voando pela cidade Fazendo vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum... Com minha capa sombria, com a mente tão fria Atrás da felicidade
Eu quero ser como a serpente da água Que vive só na mágoa Fazendo pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss... Comendo a uva, bebendo a chuva Que do céu deságua
Eu quero ser como um telefone de plástico Pra ligar só pra você Fazendo trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim... Alô, alô, quem fala? É o meu grande amor? Vou saindo pra te ver
Eu quero ser como uma tv colorida Pra mostrar todas as cores Fazendo miummm, miummm, miummm, miummm... Num programa de beijos, de loucos desejos E de loucos amores
Eu quero ser como um chiclé de bola Pra estourar na sua boca Fazendo ploft, ploft, ploft, ploft, ploft, ploft... Vivendo contente, grudando no seu dente Ai, que coisa mais louca
Eu quero ser como um carro de praça Levando a multidão Fazendo fón, fón, fón, fón, fón, fón... rrrrrrr... fón, fón... Com o corpo cansado, com o breque quebrado Na avenida São João
Eu quero ser como um riso de amor Na boca de um anjo Fazendo hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã... Em cimas das nuvens, ao lado de Deus Tocando o meu banjo