Cadernos de Música

A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina

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Paco Bandeira /José Maria Rodrigues

Eu vim das bandas do sul
Puindo comboio romeiro
Em noites cor do fruto
Em tristezas e sobreiros
Sou filho das planícies
Neto dos trovões cansados
Irmão de estrela sem nome
Amigo dos cães de gado
Aprendi do ABC olhando 
os olhos das gentes
Formei-me em vida vivida 

ao som do ranger dos dentes
Amei em palha moída, 

usei corpos sem destino Fiz coisas
que não concebo
Com gentes que não atino
Cheguei à cidade grande, 

usei-me em restos de nada
Gastei-me em restos de tudo
Minha vida está parada
Usei-me em restos de tudo
Gastei-me em restos de nada
E agora que nada tendo, 

ando à procura de mim
Vou pagar o que não tive 

em troca do que não fiz.

José Afonso

Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será p'ra ti
Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar
Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor
Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme qu'inda a noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer

José Maria Giroldo

Sexta-feira é dia útil, 

e eu quero explodir meu ser
De manhã num campo aberto.
E o vermelho trilha o negro, 
e a bandeira do cansaço,
Já descia o meio fio.
Rompo em círculos o tempo, 
tiro um "flash" desta mente,
Carcomida na semana.
Conto areia da ampulheta, 
descortindo violetas,
Para clarear o branco.
Coberto de poeira, 
ergo a voz a quem me queira,
Trago orvalho nos meus olhos,
O que eu quero é descansar.
Vejo a vida em minha frente, 
o vermelho do poente,
Frente a mim o meu passado.
Frente a mim o meu futuro, 
de dois sois e duas luas
Prá que eu possa me perder nas ruas.

Árvore


Chico Gaudio/Dércio Marques

Não adianta impedir que a multidão
Vá a passos largos atrás de uma semente
Não adianta proibir que ela descanse
Sob a sombra de uma árvore geral
Não adianta atravancar o seu caminho
Com águas turvas, mata verde avermelhar
Que ela vai se unir
Ao mar, ao vento e à gente.

Elomar

Vô corrê trecho 
Vô percurá u'a terra preu podê trabaiá 
Prá vê se dêxo 
Minha pobre terra véia discansá 
Foi na Monarca a primeira derrubada 
Dêrna d'intão é pó é seca é tái d'inxada 
Me ispera, assunta bem 
Inté a bôca das água qui vem 
Conforma num chora mulé 
Eu volto se assim Deus quisé
Tá um apêrto 
Mais qui tempão de Deus no sertão catinguêro 
Vô dá um fora 
Só dano um pulo agora in Son Palo Triang' Minêro 
É duro môço êsse mosquêro na cozinha 
A corda pura e a cuia sem um grão de farinha 
A bença Afiloteus 
Te dêxo intregue nas guarda de Deus 
Nocença ai sôdade viu 
Pai volta prás curva do rio
Ah mais cê veja 
Num me resta mais creto prá um furnicimento 
Só eu caino 
Nas mão do véi Brolino mêrmo a deis pur cento 
É duro môço ritirá prum trecho alhei 
C'ua pele no osso e as alma nos bolso do véi 
Me ispera, assunta viu 
Sô inbuzêro das bêra do rio 
Conforma num chora mulé 
Pai volta se assim Deus quisé 
Num dêxa o rancho vazio 
Pai volta prás curva do rio

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