A idéia principal do "Cadernos de Música", é a de um blog onde se pode ouvir a música e cantar acompanhando a letra. Aqui, colocarei tudo o que sempre gostei de ouvir e cantar da MPB e Música Latina
A linha do horizonte se avermelha, agora o sol se vai.
A sombra pouco a pouco escala o arco, a tarde cai.
Os homens calam-se diante do crepúsculo,
Solene sombra sobre estrada.
Sou eu quem devia
Voltar, mas é cedo.
Ali na direção da serra as luzes de uma aldeia vão,
Trazer um pouco de conforto a toda solidão.
Pessoas passam calejadas em alma e músculo,
Perguntas muitas sobre nada.
Sou eu (não posso voltar agora)
Quem devia (a guerra não terminou)
Voltar (mil léguas estrada afora)
Mas é cedo (sem tréguas ainda eu vou)
Escute as canções de guerra,
Os sinais, as razões da terra.
Alimentando a alma eu bebo vinho, eu trago música.
Sei que uma vida é uma vida sempre única.
Diante do amor o mundo é minúsculo,
Eu não profano a jornada.
Meu amor não leva a mal Chega de maltratar Quem só quer bem E não tem mais razão de suportar Tanto Sendo assim não leva a mal Para de machucar Quem sempre te amou E já não tem razão de duvidar Tanto Sua pessoa para parava a tarde suspensa Chamo o seu nome E logo se acende a luz Sendo assim melhorar parar Cuida pra não cegar E nem perceber Que já não tem razão pra me deixar Tonto Sua presença chama chamava o dia mais cedo Tudo acendia Ficava sempre acesa a luz Sem querer injuriar Trata de se ligar Você me ganhou E quem ajoelhou tem de rezar
Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro Que leva a vida como um rio desce para o mar Fluindo naturalmente como deve ser Não tenho hora de partir, nem hora de chegar
Hoje tô de bem com a vida, tô no meu caminho Respiro com mais energia o ar do meu país Eu invento coisas e não paro de sonhar Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar
Para que não me conhece eu sou brasileiro Um povo que ainda guarda a marca interior Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo De um povo que ainda olha com pudor Que ainda vive com pudor
Queria fazer agora uma canção alegre Brincando com palavras simples, boas de cantar Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher
Para que não me conhece eu sou brasileiro Um povo que ainda guarda a marca interior Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo De um povo que ainda olha com pudor Que ainda vive com pudor
Todos querem ser pastores quando encontram, de manhã, os carneirinhos enroladinhos, como carretéis de lã.
Todos querem ser pastores, e ter coroas de flores, e um cajadinho na mão, e tocar uma flautinha, e soprar numa palhinha, qualquer canção.
Todos querem ser cantores, quando a estrela da manhã, brilha só, no céu sombrio, e pela margem do rio, vão descendo os carneirinhos, como carretéis de lã.
Tanta seca, tanta morte Nos caminhos do sertão Meus olhos já viram coisa De cortar o coração A cara feia da fome E o povo virando anão Gente ficando louca Sem ter água para beber A fome comendo a fome A falta do que comer Êta, fim de mundo Desgraceira, perdição A imagem revelada pela televisão É um coice no estômago De toda essa nação Cada um faz o que pode Pra acudir nessa aflição Desejando melhor sorte Ao nordestino seu irmão Mas o que a gente precisa É terra, trabalho e pão Revirando pelo avesso O poder lá no sertão Pra acabar com a penitência De tamanho escravidão E tem terra boa Reclamando produção Nas frentes de trabalho Nas terras do fazendeiro A gente encontra a morte E ele muito dinheiro Quero a vida feita vida Vencendo a morte cruel Vida aqui na terra E não no reino do céu
Se é muito tarde para amar você
O que me importa se você me adora
Se já não há razão pra lhe querer
O que me importa ver você sofrer assim
Se quando eu lhe quis você nem mesmo soube dar amor
O que me importa ver você chorando...
Se tantas vezes, eu chorei também
O que me importa sua voz chamando
Se pra você jamais eu fui alguém
O que me importa essa tristeza em seu olhar
Se o meu olhar tem mais tristezas pra chorar que o seu...
O que me importa ver você tão triste
Se triste fui e você nem ligou
O que me importa seu carinho agora
Se para mim a vida terminou
Terminou... terminou...
Quantas vezes eu quis ter um jardim pra te dar Quando tinha a terra faltava a semente Quando tinha semente vinha a chuva forte e levava tudo embora
E pra complicar Andei por caminhos tortuosos Foi difícil voltar
Tivemos noites de vendavais E em noites de vendavais o dia demora a chegar E foi assim
Ainda bem que desses anos todos guardamos restos de sonhos Rabiscos, pedaços de versos Canteiros do nosso jardim Vem ver
A Primavera floriu Flor de Maio tá tão linda Inda nem é abril Onze horas sem-vergonha dá por todo lado Beija-flor apaixonado todo dia vem beijar e contar os botões que ainda tem pra abrir E partir em busca de outras flores em outros jardins
Já estive com outras flores em outros jardins Hoje estou aqui pra te regar te proteger dos ventos Te cuidar Te servir pra o que for Os olhos do jardineiro é que abrem o botão da flor
Montado no meu cavalo
Libertava Prometeu Toureava o minotauro
Era amigo de Teseu
Viajava o mundo inteiro
Nas estampas Eucalol
À sombra de um abacateiro
Ícaro fugia do sol
Subia o Monte Olimpo
Ribanceira lá do quintal
Mergulhava até Netuno
No oceano abissal
São Jorge ia prá lua
Lutar contra o dragão
São Jorge quase morria
Mas eu lhe dava a mão
E voltava trazendo a moça
Com quem ia me casar
Era a minha professora
Que roubei do rei Lear
Veja você,
Arco-iris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Com esse gosto de sabão na boca
Veja meu bem, gasolina vai subir de preço
Eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim... ou é o fim...
Eu vou partir
Pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gosta de mim
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim
Essas feridas da vida. Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim...
Vem me ver Vem juntar seu calor ao meu Não te quero ter Só nos finais de semana Os meus dias De feira também são seus Vem viver Corre pra nossa cabana Faço de conta que sou levada Pra ser levada em conta É pra janela do seu olhar Que o meu destino aponta Vem Põe o moletom Prova meu batom Minha companhia Dobra a calça jeans Rega meu jardim Colore meu dia
Era uma vez eu no meio da vida Essa vida assim, tanto mar, tanto mar Coisa de doce e de sal Essa vida assim, tanto mar, tanto mar Sempre o mar, cores indo Do verde mais verde ao anil mais anil Cores do sol e da chuva Do sol e do vento, do sol e o luar Era o tempo na rua e eu nua Usando e abusando do verbo provar Um beija-flor, flor em flor, bar em bar Bem ou mal margulhar Sempre menina franzina, traquina De tudo querendo, provar e provar Sempre garota, marota, tão louca A boca de tudo querendo levar Vida, vida, vida Que seja do jeito que for Mar, amar, amor Se a dor quer o mar dessa dor, ah! Quero no meu peito repleto De tudo que possa abraçar Quero a sede e a fome eternas De amar, e amar e amar... Vida, vida, vida.
Eu quero ser como a locomotiva Para atropelar você Fazendo tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc, tchuc... tchiuí Por todos os campos, em todos os cantos Vendo as flores a nascer
Eu quero ser como um gato do mato Que vive só miando Fazendo miau, miau, miau, miau, miau... Chorando acordado, chorando dormindo Chorando cantando
Eu quero ser como um triste vampiro Voando pela cidade Fazendo vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum, vum... Com minha capa sombria, com a mente tão fria Atrás da felicidade
Eu quero ser como a serpente da água Que vive só na mágoa Fazendo pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss, pisss... Comendo a uva, bebendo a chuva Que do céu deságua
Eu quero ser como um telefone de plástico Pra ligar só pra você Fazendo trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim, trrrim... Alô, alô, quem fala? É o meu grande amor? Vou saindo pra te ver
Eu quero ser como uma tv colorida Pra mostrar todas as cores Fazendo miummm, miummm, miummm, miummm... Num programa de beijos, de loucos desejos E de loucos amores
Eu quero ser como um chiclé de bola Pra estourar na sua boca Fazendo ploft, ploft, ploft, ploft, ploft, ploft... Vivendo contente, grudando no seu dente Ai, que coisa mais louca
Eu quero ser como um carro de praça Levando a multidão Fazendo fón, fón, fón, fón, fón, fón... rrrrrrr... fón, fón... Com o corpo cansado, com o breque quebrado Na avenida São João
Eu quero ser como um riso de amor Na boca de um anjo Fazendo hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã... Em cimas das nuvens, ao lado de Deus Tocando o meu banjo
O rei da brincadeira Ê, José! O rei da confusão Ê, João! Um trabalhava na feira Ê, José! Outro na construção Ê, João!...
A semana passada No fim da semana João resolveu não brigar No domingo de tarde Saiu apressado E não foi prá Ribeira jogar Capoeira! Não foi prá lá Pra Ribeira, foi namorar...
O José como sempre No fim da semana Guardou a barraca e sumiu Foi fazer no domingo Um passeio no parque Lá perto da Boca do Rio...
Foi no parque Que ele avistou Juliana Foi que ele viu Foi que ele viu Juliana na roda com João Uma rosa e um sorvete na mão Juliana seu sonho, uma ilusão Juliana e o amigo João...
O espinho da rosa feriu Zé (Feriu Zé!) (Feriu Zé!) E o sorvete gelou seu coração O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Foi dançando no peito Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!...
O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Oi girando na mente Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!...
Juliana girando Oi girando! Oi, na roda gigante Oi, girando! Oi, na roda gigante Oi, girando! O amigo João (João)...
O sorvete é morango É vermelho! Oi, girando e a rosa É vermelha! Oi girando, girando É vermelha! Oi, girando, girando...
Olha a faca! (Olha a faca!) Olha o sangue na mão Ê, José! Juliana no chão Ê, José! Outro corpo caído Ê, José! Seu amigo João Ê, José!...
Amanhã não tem feira Ê, José! Não tem mais construção Ê, João! Não tem mais brincadeira Ê, José! Não tem mais confusão Ê, João!...
Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio paro para me benzer Mãe d'Água sai um pouquinho desse seu leito ninho que eu tenho um carinho para lhe fazer
Pinheiros do Paraná Que bom tê-los como areia no mar Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema A Ema gemeu no tronco do Juremá
Cacique perdeu mas lutou que eu vi Jari não é Deus mas acham que sim Que fim levou o amor Plantei um pé de fulô deu capim...
Capim do Vale, vara de goiabeira na beira do rio paro para me benzer Mãe d'Água sai um pouquinho desse seu leito ninho que eu tenho um carinho para lhe fazer
Pinheiros do Paraná Que bom tê-los como areia no mar Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema A Ema gemeu no tronco do Juremá
Cacique perdeu mas lutou que eu vi Jari não é Deus mas acham que sim Que fim levou o amor Plantei um pé de fulô deu capim...
Ah! Quando você não vem Quem me socorre é o mar Só ele e mais ninguém Pra não deixar me afogar Nas águas da solidão Que escorrem do meu coração Põe brilho em meu olhar Criando estrelas do mar
Ah! Quando você não vem Mergulhos dou na paixão No mar que vivem também Cardumes de ilusão E toda vez é assim Se eu vejo um barco passar Bate a certeza em mim Que nele você vai chegar (voltar, chegar)
Quando chego afim de falar Ela dorme em frente à TV E se esquece das pragas que ela me jurou E depois de se benzer Me diz até amanhã E nem percebe mais a solidão...
N'outro dia acorda de bem Tem os olhos molhados do céu Acredita no sonho que o sol brilhou E na força do avião E nunca vê o mal Monotonia desse ideal...
Mas prepara um belo jantar Tira a blusa , me faz um sinal O vestido azul do noivado está Enterrado no baú E o vento da paixão Já vem soprar um novo coração...
Abre a folha do livro Que eu lhe dou para guardar E desata o nó dos cinco sentidos Para se soltar Que nem o som clareia o céu nem é de manhã E anda debaixo do chão Mas avoa que nem asa de avião Pra rolar e viver levando jeito De seguir rolando Que nem canção de amor no firmamento Que alguém pegou no ar E depois jogou no mar
Pra viver do outro lado da vida
E saber atravessar
Prosseguir viagem numa garrafa
Onde o mar levar
Que é a luz que vai tescer o motor da lenda
Cruzando o céu do sertão
E um cego canta até arrebentar
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Não ter medo de nenhuma careta
Que pretende assustar
Encontrar o coração do planeta
E mandar parar
Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas
Fazer um minuto de paz
Um silêncio que ninguém esquece mais
Que nem ronco do trovão
Que eu lhe dou para guardar A paixão é que nem cobra de vidro
E também pode quebrar
Faz o jogo e abre a folha do livro
Apresenta o ás
Pra renascer em cada pedaço que ficou
E o grande amor vai juntar
E é coisa que ninguém separa mais
Que nem ronco de trovão
Que eu lhe dou para guardar
Eu quero ter a sensação das cordilheiras, desabando sobre as flores inocentes e rasteiras.
Eu quero ver a procissão dos suicidas, caminhando para a morte pelo bem de nossas vidas.
Eu quero crer nas solução do evangelhos, obrigando os nossos moços ao poder dos nossos velhos.
Eu quero ler o coração dos comandantes, condenando os seus soldados pela orgia dos farsantes.
Eu quero apenas ser cruel naturalmente, e descobrir onde o mal nasce e destruir sua semente.
Eu quero ser da legião dos grandes mitos, transformando a juventude num exército de aflitos.
Eu quero ver a ascensão de Iscariotes, e no sábado um Jesus crucificado em cada poste.
Eu quero ler na sagração dos estandartes, uma frase escrita a fogo pelo punho de deus Marte .